GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XV
Do fogo do horizonte inspirei luz
Que na noite me aquece e me conduz
Por imagens e sonhos em bailados
"Despeço-me do sol que se anoitece"
Sempre em serenidade, como um rogo,
Vendo como se esconde e desvanece
Na linha de horizonte, aceso em fogo...
"Na calma da penumbra calo e afogo"
Esse eco que, de dia, me abastece...
Faz-se silêncio, enfim, que ao fim do jogo
Tão só se espera que outro recomece...
"Do fogo do horizonte inspirei luz"
E, para o compensar, dela repus
Quanto de luminoso havia em mim...
"Deixo-me adormecer em tal quimera",
Iluminando ainda e sempre à espera
Que o grande, imenso jogo, alcance um fim...
Maria João Brito de Sousa -26.10.2016 - 13.57h
Nota - Ambos os sonetos estão escritos em decassílabo heróico.