11
Jun25
GAZA
Maria João Brito de Sousa
Imagem processada pelo Chat-GPT
após leitura do poema
*
GAZA
*
Cálida, a mão desceu-lhe sobre a face,
Cerrou-lhe os olhos fixos e vidrados
E pousou nos cabelos ondulados
Como se o morto assim ressuscitasse
*
Depois, tal qual o corpo inda a chamasse,
Cobriu-o de carinho e de cuidados
E foi depor-lhe os braços decepados
No tronco nu, ou no que del` sobrasse
*
Pegou na pá com raiva tão tamanha
Que a pá tremeu ao atingir a terra,
Como se a terra, a si, lhe fora estranha
*
E num gesto dorido enfim desferra
Sobre a terra sequíssima e castanha
Um golpe que me soa a "MORTE À GUERRA!"
*
Mª João Brito de Sousa
10.06.2025
***