GARANTO QUE CRESCI
GARANTO QUE CRESCI
(Soneto em verso alexandrino)
*
Perdidamente amei, perdidamente cri
Naquilo que perdi do tanto que encontrei
E evoco o que não sei se vi ou se não vi
Até que encontre aqui quanto aqui procurei.
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Tentando honrar a lei que não reconheci,
Jamais lhe resisti, jamais a confrontei,
Mas se pouco lhe dei, bem menos lhe pedi
E se acaso menti, a mim me castiguei.
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Amo o chão que pisei, a terra onde nasci,
A chama em que aqueci os sonhos que engendrei
E as cerdas que entrancei nas cordas que teci.
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Dos versos que escandi às telas que pintei,
Do quanto gargalhei às mágoas que engoli,
Garanto que cresci... e juro que gostei!
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Maria João Brito de Sousa – 13.06.2020 – 17.39h