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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
07
Dez24

FELIZ NATAL - Custódio Montes e Mª João Brito de Sousa

Maria João Brito de Sousa

Pieter_Bruegel_the_Elder_-_Massacre_of_the_Innocents_-_Google_Art_Project.jpg

Massacre dos Inocentes - Pieter Bruegel, O Velho

(Obrigada, Wikipédia!)

*

CUSTÓDIO MONTES e Mª JOÃO BRITO DE SOUSA
*
Coroa de Sonetos
*

 

FELIZ NATAL
*
2024
*

1.
*

O brilho da noite dado por estrelas

Punha a manjedoura visível à frente

E por cada passo dado pela gente

Se viam palhinhas cada vez mais belas
*

Vieram reis magos com prendas singelas

Montando camelos desde o oriente

Ver o Deus menino na palha jacente

Um clarão mais forte do que muitas velas
*

É o nascimento que clareia a terra

Envolto em vida com paz e sem guerra

Só no bem pensando, combatendo o mal
*

Venha a esperança e que tudo ao redor

Se abra em açucenas e laivos de amor

Cheios de blandícia com feliz Natal
*


Custódio Montes
2.12.2024
***

2.
*

"Cheios de blandícia com Feliz Natal,"

Apesar dos mísseis que os fazem sofrer

Ainda há meninos jesus a nascer

Do solo queimado e coberto de sal
*


E cada menino vê noutro um igual...

Bendita inocência, bendito poder

O destes meninos que mesmo a morrer

Não vêem, nos outros, crueza nem mal!
*


Perdoe-me, amigo, se empresto aos seus versos

Dor e amargura em cambiantes diversos,

Mas sendo velhinha também sou menina
*


E neste Natal sem Paz nem Perdão

Eu canto aos meninos que jazem no chão

Da terra assombrada que é a Palestina.
*


Mª João Brito de Sousa

06.12.2024 - 12.00h
***

3.
*

“Da terra assombrada que é a Palestina”

Minada com bombas caídas do céu

Para lá mandadas por mão dum judeu

Escroque maldito sem lei nem doutrina
*

Não lembra o bandido o que a história ensina

Quando em crematórios seu povo morreu

Com a invasão o crédito perdeu

Na fúria maldita, na guerra assassina
*

Ele é o herdeiro da turba de então

Que sem julgamento, numa multidão

Matou enforcado jovem peregrino
*

Esqueceu as lágrimas dos antepassados

Em fornos metidos, mortos e cremados

E agora ele mata menina e menino
*

Custódio Montes
6.12.2024
***

4.
*

"E agora ele mata menina e menino"

Sem qualquer remorso que el` disso não tem

Se os colhe e degola no ventre da mãe...

Quão fácil matar-se quem é pequenino!
*


Ó monstro dos monstros, ó grande assassino,

Louco, genocida, pior que ninguém!

Ah, Natal sangrento! De novo em Belém

Morrem os meninos às mãos de um cretino
*


Essa besta/fera, bicho desumano,

Esse irmão de Herodes, como ele um tirano,

Não trava o massacre destoutro Natal
*


E aos poucos meninos que ainda estão vivos,

Sem braços, sem pernas e sem lenitivos

Só misseís oferta. Que horror sem igual!
*


Mª João Brito de Sousa

06.12.2024- 21.00h
***

5.
*

“Só mísseis oferta. Que horror sem igual”

Ver corpos caídos no meio do chão

Por bombas lançadas vindas de avião

Mandadas por ordem de vil animal
*

O mundo calado sem se ver sinal

Que essa mortandade feita sem razão

Tenha um fim depressa e prender o vilão

Para que tenhamos um feliz natal
*


O martírio infame para terminar

Impõe que a guerra tenha que acabar

Com os assassinos presos e julgados
*

A paz restaurada, sim concórdia e paz

Que acontecerá sem pessoas más

Nas suas fronteiras e com dois estados
*


Custódio Montes
6.12.2024
***

6.
*

"Nas suas fronteiras e com dois estados"

Ambos convivendo pacificamente

Porque é imp`rioso quebrar a corrente

Da guerra que brama por todos os lados
*


Não mais pequeninos feitos em bocados

Quais peças de puzzles do que antes foi gente:

Que cesse esta guerra tão impenitente

Que impõe a meninos almas de soldados
*


Se acaso não morrem no insano jogo

Da fuga constante do aço e do fogo

Que os mísseis, "amáveis", sobre el`s despejarem!
*


Ó homem das guerras, pra quando essa Paz?

Pra quando a justiça, se dela és capaz?

Pra quando os sorrisos dos que se salvarem?
*


Mª João Brito de Sousa

06.12.2024 - 22.30h
***

7.
*

“Pra quando os sorrisos dos que se salvarem?”

Mesmo com concórdia haverá mazelas

Que a destruição traz sempre umas sequelas

Nos gritos ouvidos e que perdurarem
*

Mesmo em quietude se as armas calarem

Virão as lembranças, firmes, às gabelas

Do seu sofrimento por ruas, ruelas

Que calcorrearam sem nunca pararem
*

Mas assim paradas as armas e a guerra

Surgirá a luz a inundar a terra

Ir-se-á o horror e virá a harmonia
*

O voo das aves será o sinal

Duma boa-nova dum feliz natal

Com brilho de luzes em paz e alegria
*

Custódio Montes
7.12.2024
***

8.
*

"Com brilho de luzes em paz e alegria"

Se curam as chagas, se calam morteiros

E a vida renasce se os mísseis certeiros

Não mais provocarem morte e agonia
*


Que voem as aves num hino à alegria,

Que a luz, num crescendo, vença os nevoeiros

Que cobrem as casas de bairros inteiros

De poeira espessa e de esp`rança vazia...
*


Que assim seja, então! Mas... seremos ouvidos

Ou estas palavras serão, como os f`ridos

Que por mais que gritem acabam morrendo?
*


Não sei, meu amigo, não sei se acredito:

A Paz está na mão de um tirano maldito

E eu, como Tomé, digo: - Vendo, só vendo!
*


Mª João Brito de Sousa

07.12.2024 - 12.30h
***

9.
*

“E eu como Tomé, digo:-vendo, só vendo”

Tomé era crente mas eu desconfio

De gente marvada, malvada a cotio

Mas pela esperança movido vou sendo
*

A Guerra no mundo vai sempre crescendo

Metralha a metralha com metralha a fio

Corre pelo mundo como corre um rio

E o nosso desejo vai esmorecendo
*


Não acreditando que termine o mal

Então cada ano pior o natal

E a paz almejada é só um ensejo
*


Que haja bom senso que surja a bondade

E que acabe a guerra e a mortandade

Salvando-se vidas, é o meu desejo
*


Custódio Montes
7.12.2024
***

10.
*

"Salvando-se vidas, é o meu desejo"

E também o meu que é bem entre os maiores

A vida que cresce sem medo ou rancores...

Mas se assim o quero, porque é que o não vejo?
*


De ficar calada perdi belo ensejo:

Pela ingenuidade não peço louvores,

Não sou eu quem manda e os grandes senhores

Pensarão, decerto, que apenas gracejo...
*


Consigo, porém, faço coro e sem medo

Exijo uma pomba por cada torpedo

Que foi concebido prá destruição!
*


Que os vossos meninos Jesus estropiados

Possam ser, ao menos, da cruz resgatados

Pra que cresçam livres na Paz do seu chão.
*


Mª João Brito de Sousa

07.12.2024 - 14.30h
***

11.
*
“Pra que cresçam livres na paz do seu chão”

É o meu desejo, também o espero

Oxalá que tenha tudo isso que quero

Para que a paz volte e se vá o vilão
*

Com poemas destes nossa opinião

É dizer ao mundo, com ardor sincero

Que acabem as bombas, que fiquem a zero

Num mundo de paz e sempre em união
*


Destroem as guerras esforços da vida

Sem eira nem beira, comida e dormida

Sem haver trabalho, só morte e desgraça
*


O mundo é lindo, com muitos valores

Em vez de crateras que haja só flores

Para encantamento de quem nele passa
*


Custódio Montes
7.12.2024
***

12.
*

"Para encantamento de quem nele passa"

Possa o louco Mundo escutar a Razão

Que pede Justiça, Amor e Compaixão

Em vez de cobiça, rancor, ameaça...
*


Possa a Palestina sair da desgraça

Desta guerra imunda, da desolação:

Dos que sobrevivem, quem sairá são

Se a população qu`inda resta é escassa?
*


Transformem-se os mísseis em medicamentos,

Em água potável e em alimentos

Que ao menos consolem os qu`inda lá estão
*


Será tão difícil pró homem moderno

Construir um Mundo onde o duro Inferno

Seja só produto da imaginação?
*


Mª João Brito de Sousa

07.12.2024 - 16.40h
***

13.
*

“Seja só produto da imaginação?”

Não. Acho que o homem também pode ter

Ânsia de mudança para combater

Quem mata um povo e lhe rouba a nação
*

Como a Cisjordânia a que deitam a mão

Para colonatos estabelecer

Mas essa atitude não pode vencer

Nem ter o apoio do juiz Sansão
*

Por isso acredito que haja mudança

É o meu pensar, a minha esperança

O meu ser mo dita bem vejo ao redor
*

Não somos só nós, há manifestações

Por vários lugares e às multidões

Que à paz se juntam com carinho e amor!
*


Custódio Montes
7.12.2024
***

14.
*

"Que à paz se juntam com carinho e amor"

Pra que haja Justiça e termine o massacre,

Que os grandes assinem e selem com lacre,

Num novo tratado, o final deste horror
*


Pra que das ruínas renasça uma flor

Em vez de estilhaços, em vez de pó acre...

Haja quem, ao vê-la, lhe toque e a sacre

No dia em que Paz renascer em esplendor
*


Ó homens da guerra, não vedes, sequer,

Que sois genocidas? Dar-vos-á prazer

Matar quando há obras tão úteis, tão belas,
*


À espera de braços que as saibam erguer?

Sereis todos cegos? Não sabereis ver

"O brilho da noite dado por estrelas"?
***


Mª João Brito de Sousa

07.12.2024 - 21.00h
***

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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