ESTE MEU MAR II
(Soneto em decassílabo heróico)
Ó vagas do meu mar, loucas marés
que ao longo de uma vida me perderam,
ó jangadas de espuma, ó vãs galés
de uns sonhos que em poema aconteceram,
Não sei se ainda estou sobre os meus pés
se vos evoco e lembro que estiveram
ao leme desta barca, ou no convés
de um sonho que bem poucos conheceram
Mas, livre ou brutalmente aprisionada,
o amanhã que o diga. Eu calo agora
por hoje, ou para sempre, a voz magoada
Que me comanda a vida a toda a hora
e a cada instante insiste em ser cantada,
mesmo quando empurrada borda fora...
Maria João Brito de Sousa – 05.06.1015 -16.16h
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