EMBONDEIROS
EMBONDEIROS
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Parecem-me dedos, estes ramos vivos
Saídos de mãos que se erguem expectantes
E encimam pulsos/troncos criativos
Que tudo condensam no espaço de instantes.
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Sim, semelham dedos mas nunca cativos
Porque porta-vozes de seres verdejantes
Que vivem milénios, serenos, altivos,
Pouco se afastando do que foram dantes.
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Sempre que vos olho, humildes/soberbos,
Assumo a cadência da ausência de verbos,
Também emudeço ante a vossa grandeza,
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E vós, tão mais sábios do que isto que sou,
Falais sem palavras do mundo em que estou,
Dos grandes caprichos da mãe natureza.
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Maria João Brito de Sousa – 15.08.2019 – 11.50h
NOTA - Soneto hendecassilábico criado para um desafio poético no site HORIZONTES DA POESIA (ligeiramente modificado)
Imagem retirada daqui