DEZASSETE DE JANEIRO
DEZASSETE DE JANEIRO
*
Irei desintegrar-me em dez segundos
Após a conclusão do que decreto
Aqui, preto-no-branco, a branco e preto,
Em caracteres enormes e rotundos
*
Quais vermes a soltar viscos imundos
Sobre o que já foi sonho e foi projecto
E agora pode ser o mais abjecto
Dos saldos sujos e nauseabundos.
*
Nada de novo aqui, neste poema;
Bem melhor abordou o mesmo tema,
Henriques Britto, o bom soneticida
*
Que no seu Dezanove de Janeiro
Fuzilou um soneto passageiro,
Meteu-se no seu carro e fez-se à vida.
*
Maria João Brito de Sousa – 17.01.2019 – 14.09h
Ao soneto “19 de Janeiro”, de Paulo Fernando Henriques Britto, Brasil.
Imagem retirada daqui