28
Mar17
DESVIO(S)
Maria João Brito de Sousa
Sem força, quase paro e, se te alcanço,
É sem coragem que te piso as margens
E é sem garra alguma que em ti lanço
Quanto me sobra de estro, ou de miragens...
Evoco um rio e é num regueiro manso
Que me traduzo agora... que mensagens,
Que palavras grafar se assim me canso
De espelhar-me sem ver, de volta, imagens?
Serena, mas selvagem fui, um dia...
Não mais selvagem sou porque, rendida,
Torno-me água que estagna em agonia,
Em vez desse caudal que soma vida
Ao mesmo mar de onde renasceria,
Se a rota exacta fosse enfim cumprida...
Maria João Brito de Sousa - 28.03.2017 - 15.57h