DA REALIDADE DE UM PESADELO
DA REALIDADE DE UM PESADELO
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Brandam-se espadas, (des)dobrando a esquina
do tempo dos relógios sem minutos
e morra o papagaio que se empina
e partam-se os pincéis, já devolutos!
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Queimem-se os óleos com terebentina,
troque-se a ordem dos demais produtos
pois, no final, há sempre alguém que ensina
que a morte e que a tortura colhem frutos.
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Não sei que história narro. Se a repito
como um disco riscado, ou como um grito,
é porque a vejo vir, mesmo não crendo
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Que possa repetir-se o pesadelo
desse Brasil, tão verde e amarelo,
esquecido do que em tempos foi sofrendo.
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Maria João Brito de Sousa – 27.08.2018 – 14.10h
Imagem retirada daqui