CONVERSANDO COM MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XIV
UM AÇUDE DE ÁGUAS INQUIETAS
Tenho tantas palavras por dizer
E sei nelas tal força pra sair
Que se calcam e falham de nascer
Quando lhes vou dar tempo pra fluir
Deste dia nublado a embater
Nas vidraças querendo-me exaurir
Das forças que me restam por não ver
A clara luz do sol que me faz rir
E do mar a saudade que me dói
Que aninhada em meu peito me corrói
Assim latente traça esta inquietude
Que atropela o que penso e me confunde
E que neste dispor faz que me afunde
Nas águas inquietas deste açude
MEA
29/01/2017
TEMPOS DE SECA
É nos tempos da seca que a planura
Se enche das crostas áridas, gretadas,
Da terra sequiosa, ardente e dura,
Que implora a bênção de águas derramadas.
Se às vezes me sei terra, sou perjura
Quando no rio revejo, bem espelhadas,
Aspirações comuns, árdua procura
Da foz... ou das palavras consumadas.
Virá, ou não, o tempo de uma enchente?
Pr`á terra, sim, mas nunca sabe, a gente,
Quanto tempo esta sede irá durar
E enquanto a seca queima a terra ardente,
Lá vai seguindo o rio, que é sempre em frente
Que alcança a foz aonde abraça o mar...
Maria João Brito de Sousa - 30.01.2017 - 11.15h