CONVERSANDO COM MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE X
UM MUNDO ONDE NÃO SEI ENTRAR
Há um mundo só teu que não conheço
Onde não sei entrar de tão fechado
Mundo misterioso, tão avesso
Que te atormenta, triste e baralhado
Olhas de olhar perdido e não pareço
Quem um dia andejou plo teu passado
Por quem tu declaraste teu apreço
Infindo, teu afecto ilimitado
Não me encontras em ti! Eu não sou eu!
E procuras por mim! E a dor cresceu!
E o meu sorriso dói-me ao ver-te assim
Nesse mundo onde o sol ficou tapado
Deixando o teu eu sujo e sepultado
Nessa amargura atroz que não tem fim
MEA
14/01/2017
UM MUNDO QUE APENAS INTERPRETO
ou IDENTIDADE(S)
Em cada um de nós, um universo,
Um poço infindo, um mundo pessoal
Íntimo, mas sensível e diverso
Do todo que nos veste, no plural,
Um algo indesvendável, controverso,
Profundamente nosso, uno, integral
Que, ao vestir-nos por dentro, anda disperso
E que ao amargo, ou doce, é transversal.
Divisível no génio, ou na loucura,
Durará quanto a vida a nós nos dura
E, tanto quanto sei, perde-se então,
Mas, apagada aquela chama acesa,
Perdida a vida à qual já esteve presa,
Muitos vão perguntar: - Está morta, ou não?
Maria João Brito de Sousa - 15.01.2017 - 11.40h
Imagem - "Cabeza de Mujer", Pablo Picasso