CONVERSANDO COM MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE II
PASSEIO-ME POR TI
Passeio-me por ti, com tuas mãos
Quando elas em mim abrem os caminhos
Que exploram nas veredas dos meus chãos
Os becos fervilhantes de carinhos
E quando neles fazem seus os ninhos
Teus dedos verdadeiros artesãos
Tecem afago em todos os cantinhos
Onde existam os mais pequenos grãos
Já cansados teus dedos se sossegam
Procurando plos meus que não se negam
Nessa entrega tão doce e tão feroz
Mas quando com os meus eles se enlaçam
E os nossos corpos vibram e se abraçam
O mundo não existe para nós
MEA
30/11/2016
HISTÓRIA (MUITO) ANTIGA
Há muitos, muitos anos, passeavam
- as mesmíssimas mãos que hoje procuram
poemas, dos que a vida me asseguram... -
As minhas, que então nada procuravam
E nesse quase nada, se bastavam,
Quando é num quase tudo que me curam,
Me percorrem o corpo, mo fracturam
E me saciam do que então buscavam...
Mas, creio bem, ninguém pode entender
Que este meu fogo tenha mais poder
Que os fogos de erotismo juvenil
Que, em tempos, me acabaram por fazer
Perder das mil palavras por nascer
De outro mel bem mais doce e mais subtil.
Maria João Brito de Sousa - 30.11.2016 - 21.34h