COM UM COPO DE CÓLERA E DE ESPANTO
COM UM COPO DE CÓLERA E DE ESPANTO
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Com um copo de cólera e de espanto,
te saudarei, irmão que inda acreditas
e que cantas mais alto do que eu canto
nas horas de euforia ou de desditas.
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É nesse mesmo copo, que levanto
por tudo o que relembras e creditas,
que verto, em simultâneo, raiva e pranto
e contigo partilho o que tu citas.
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Se o copo for partido, não se cala;
Há sempre alguém que ergue outro e volta à fala,
que há sempre alguém que abraça o gesto justo
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E ainda que a barbárie abra caminho,
não poderá roubar-nos todo o vinho
há muito conquistado a grande custo.
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Maria João Brito de Sousa – 21.10.2018 – 12.51h
A Raduan Nassar