CAPTURAS E CATIVEIROS
CAPTURAS E CATIVEIROS
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"Acostumei-me a vê-lo todo o dia"
Assim que ao debruçar-me da janela
Olhava a rua, quem passava nela
E quanta flor na rua florescia.
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Ele era um simples ponto que crescia
Num horizonte em que a manhã singela
Coloria de azuis a vasta tela
Que o pequenino ponto percorria
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Até delinear o vulto vivo
Do beija-flor que hoje ante ti deponho,
Porquanto aqui to trago já cativo,
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Enquanto a cativar-te me proponho;
É como se sem isco, nem motivo,
"Aquele beija-flor fosse o teu sonho!"
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Maria João Brito de Sousa - 03.04.2021 - 13.30h
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Entre aspas, versos de Auta de Sousa. Soneto criado para uma rubrica do Horizontes da Poesia.
Imagem - Tela de Rick Beerhorst