BOM DIA/BOA NOITE
BOM DIA/BOA NOITE
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(soneto em verso alexandrino)
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Bom dia! Hoje inauguro um dia por nascer
E enquanto dia houver, as horas não descuro;
Se achar no que procuro o que mais ninguém quer,
Farei quanto puder! Depois, à noite, o escuro
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Embala-me inseguro até me adormecer
E um novo amanhecer ressurge urgente e puro
Do céu cinzento, obscuro, em que o vou receber
Enquanto em mim bater um coração perjuro.
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Boa noite, que agora o sono vai chegando
E a luz vai começando a desenhar lá fora
Uma aura tentadora à sonolência em que ando.
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A visão escasseando algo perturbadora
Passa a dominadora e acena em gesto brando;
Boa noite, até quando acontecer a aurora!
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Maria João Brito de Sousa - 18.06.2020 - 20.26h