04
Mai18
BEM-ME-VOAS, MAL-ME-VOAS
Maria João Brito de Sousa
BEM-ME-VOAS, MAL-ME-VOAS
Que espécie de ave pensas que persigo?
Àquela que tu dizes perseguir
Não a vejo voar, mal a lobrigo
Na linha de horizonte, ou no porvir,
E, porque sou pardal, sempre te digo,
Se a tua crença assim mo permitir,
Que esse híbrido ideal, ao meu, mendigo
Desta imensa vontade a que me obrigo,
Nem morto o levarás a competir;
Multiplica-se, em vez de dividir,
Voa sem medo, dando a face ao p`rigo,
E canta, ora acordado, ora a dormir,
Sobre um mundo que nunca quis punir,
Já que nem quer saber o que é castigo!
Maria João Brito de Sousa – 03.05.2018 – 12.58h