BANDEIRA DE CORSÁRIO - Reedição
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BANDEIRA DE CORSÁRIO
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À nuvem que crescia ordenei: - Gela!
E ela estremeceu, mas não gelou.
Quis pintar qualquer coisa e gritei: - Tela!
Mas ela fez-se surda ou nem escutou
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Restava-me a memória, esta sequela
De um sonho (in)conquistado que passou,
Escondida onde nem eu dava por ela,
Murchando à sombra desta que hoje sou
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Escrava da minha própria liberdade,
Jamais o burburinho da cidade
Me há-de arrancar à paz do meu estuário
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Sobre o convés do galeão, que piso,
Disparo o meu canhão, sem pré-aviso,
E desfraldo a bandeira de corsário.
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Maria João Brito de Sousa
19.07.2018 – 17.15h
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Às minhas memórias de Emílio Salgari