AS QUATRO TORRES DA ALAMEDA
AS QUATRO TORRES DA ALAMEDA
*
Adeus, minha alameda sem palmeiras
Onde tanto edifício vi nascer...
Adeus, adeus, que o tempo é de beber
As ondas do meu Tejo sem fronteiras.
*
Assombrando o meu prédio, sobranceiras,
Erguem-se quatro torres. Que fazer
Se desde a prima-pedra as vi crescer
Até se me tornarem companheiras?
*
Adeus, pedras pisadas, repisadas,
E mais que desgastadas por meus pés.
Agora estais-me vós a ser pesadas,
*
Porque já vos não piso e estou rés-vés
Com a terra onde fostes calcetadas
Em chão roubado à concha das marés.
*
Maria João Brito de Sousa -17.07.2018 -20.53h
*
Na sequência da leitura do soneto “Adeus à Rua Castilho” de Ribeiro Couto (1898-1963)