ANTIGOS MEDOS
Imagem retirada daqui
ANTIGOS MEDOS
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(Soneto em verso alexandrino)
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Trágico era esse medo, esse terror imenso
De nevoeiro denso abrindo manhã cedo
As portas ao segredo, à ausência de bom-senso,
Pairando tenso, tenso ali, como arvoredo,
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Silente como um credo e em tudo o mais pretenso...
Terá, segundo penso, arestas de rochedo
E avança qual degredo ousado, amargo, intenso,
Até ficar suspenso e apontando o dedo
*
Àquele que ficou quedo, aprisionado em si.
Tudo isto, em tempos, vi, tudo isto presenciei,
Tudo isto analisei até que percebi
*
Não ser o que escolhi. Só desta forma sei
Quão bem me preparei para o que afirmo aqui;
Se então sobrevivi, mais sobreviverei.
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Maria João Brito de Sousa - 26.08.2020 - 14.20h