27
Jul18
ALICE
Maria João Brito de Sousa
ALICE
*
(minha avó paterna)
*
Amei-te tanto, tanto, minha avó!
Louvavas-me os “murais” da grande sala
Quando com doce e modulada fala
Me garantias: - “Nunca estarás só,
*
Transbordas vida até chegar ao nó
De quanto em ti se exalta e vibra e estala!”
Depressa em meu ouvido a voz se cala,
Que quem assim me fala há muito é pó...
*
Eras, Alice, a minha avó paterna,
Mais maternal que muitas ternas mães,
E quando percebi não ser eterna
*
A tua voz, a voz que já não tens,
Doeu-me tanto, que hoje ergo a lanterna
Pra sondar céus e Terra, a ver se vens.
*
Maria João Brito de Sousa
26.07.2018 – 17.59h
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