ABRAM ALAS!
ABRAM ALAS!
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"De gestos sem graça ou de traços grosseiros"
Não quero, garanto, ser perpetradora
E tão pouco quero versos embusteiros
Que apenas galopem à força de espora
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Desdenho os encómios que são traiçoeiros,
Qual gato escondido c`o rabo de fora
Mas cultivo os cactos, embora em canteiros,
Que comigo trouxe das matas de outrora...
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Se glórias não quero prás C´roas que teço,
É certo que gosto que as leiam, confesso,
Embora sozinha nem tente engendrá-las
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Mas se acaso entendo virar do avesso
Poema que eu queira findar no começo,
Ao génio da Musa recorro: Abram alas!
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Mª João Brito de Sousa
30.06.2022 - 13.00h
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Poema concebido a partir do último verso do soneto NÃO QUERO, de MEA (Maria Encarnação Alexandre)