23
Jan19
A METÁFORA DO LIMOEIRO
Maria João Brito de Sousa
A METÁFORA DO LIMOEIRO
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Repara que a doce acidez dos limões
Não teve intenções de fosse o que fosse
E, sendo precoce, releva as razões
Das repercussões de quem dela troce.
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Mal tomara posse, florira em botões
Sem provocações. E conquanto remoce,
Mais acre, ou mais doce, mantém os padrões
Sem mais ambições que, nestes, sagrou-se.
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Verdes e viçosos serão os pomares
Se tu os regares quando sequiosos;
Tais serão teus gozos, assim que os provares
*
E se o não negares, mais e mais gostosos
Frutos bem cheirosos perfumando os ares,
Serão, do que ousares, filhos extremosos.
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Maria João Brito de Sousa – 23.01.2019 – 14.43h