A CENSORA - Reedição
A CENSORA
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Perdidas nos gestos das gentes nas ruas,
Apaguem-se as luas que o resto... são restos,
Passageiros, lestos, de memórias cruas,
Secretas, tão tuas que as guardas em cestos
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Presságios funestos que ferem quais puas
Erguidos nas gruas dos grandes pretextos
Parecem-te honestos assim que os intuas...
Navegam faluas no cais dos protestos
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Agitam-se os estros, gemem as guitarras
E as novas cigarras dos becos de outrora,
Filhas de Pandora, reforçam amarras
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Que há raiva nas garras da dor que alguém chora
Enquanto devora códigos de barras:
De plástico, as parras, de plasma, a censora!
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Mª João Brito de Sousa
11.07.2022 - 17.00h
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Sonetos da Matrix
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Com o meu PROTESTO contra o facto de apenas os cidadãos em situação de precariedade financeira que sejam titulares de conta bancária poderem receber o "novo apoio extraordinário para as famílias mais vulneráveis". Eu, como muitos outros milhares de cidadãos portugueses que recebem a pensão (mínima) de velhice, não sou titular de nenhuma conta bancária. Sempre recebi a minha pensão através de vale postal que é levantado, a rogo, pela mesma pessoa que me faz as compras ao fim-de-semana e me transporta em cadeira de rodas pelos corredores dos hospitais. E sei que há milhares de concidadãos em idêntica situação por esse Portugal afora.