A CENSORA
A CENSORA
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Perdidas nos gestos das gentes nas ruas,
Apaguem-se as luas que o resto... são restos,
Passageiros, lestos, de memórias cruas,
Secretas, tão tuas que as guardas em cestos...
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Presságios funestos que ferem quais puas
Erguidos nas gruas dos grandes pretextos
Parecem-te honestos assim que os intuas...
Navegam faluas no cais dos protestos
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Agitam-se os estros, gemem as guitarras
E as novas cigarras dos becos de outrora,
Filhas de Pandora, reforçam amarras
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Que há raiva nas garras da dor que alguém chora
Enquanto devora códigos de barras:
De plástico, as parras, de plasma, a censora.
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Mª João Brito de Sousa
11.07.2022 - 17.00h
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