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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
27
Jan08

MARIA-SEM-CAMISA IX

Maria João Brito de Sousa

Maria-Sem-Camisa está gordinha!

Empanturrada em versos nem tem fome...

Ninguém pode engordar do que não come

E ela mal petisca e não cozinha...

Não come e, no entanto, é redondinha!

Não pode "arredondar" quem nunca tome

Do alimento vivo o doce polme,

Pois quem vive do ar... sempre definha!

Maria come pouco, quase nada...

Se engorda é porque assim o decidiu

Ou porque não lhe interessa emagrecer...

Talvez o "poetar" de madrugada

Seja o tal "nutriente" que ingeriu

E não precise mesmo de comer...

 

Maria João Brito de Sousa

 

20
Jan08

FIO-DE-PRUMO

Maria João Brito de Sousa
 
Era mulher traçada a fio-de-prumo,
Vinda dos tempos primevos do Homem-vertical
 
Dia a dia, percorria o rumo
Que fazia do dia vindouro
Um dia insuportavelmente sempre igual
 
 
Era de noite que brincava aos fantasmas
E se diluía nos incontáveis ectoplasmas
De almas que foram e das que estão por vir
 
Por isso acordava anoitecida
Sem nunca estar segura
 
De ter acordado
 
Do lado-de-cá da vida
 
 
Ora sonhava sonhos acordada,
 
Ora cantava estando adormecida
 
 
Difícil, foi-lhe ser multiplicada
Por quem sempre a pedira dividida...
 
 
 
 
 
 
Maria João Brito de Sousa  - 1990 (?)
19
Jan08

ESSÊNCIA

Maria João Brito de Sousa


110x80cm

 

 

 ESSÊNCIA

 

 

Eu sinto, logo existo e não desisto

Do louco impulso alado que me eleva

E reivindico o meu estatuto de Eva

Colhendo a tal maçã no Paraíso,

 

 

Pois desta alma de fogo envolto em xisto,

Deste olhar que perscruta, à noite, a treva,

Vão nascendo poemas como a erva

Que cresce sem sequer saber que existo.

 

Quem dá o passaporte e passa o visto

Ao bichinho voraz, determinado,

Que aqui assumo ser se escrevo ou pinto?

 

 

Eu sinto e não desisto porque insisto

Em não ser só virtude, ou só pecado,

E só gosto de mim  porque não minto!

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 19.01.2008

 

(Soneto reformulado)

 

 

In  Poeta Porque Deus Quer - Autores Editora - 2009

 

18
Jan08

O MUNDO NUMA MÃO

Maria João Brito de Sousa

 

 



O MUNDO NUMA MÃO

*

 

 

Debalde me levanto e me preparo

Para abarcar o mundo num abraço

E, sem sequer saber porque é que o faço,

Ao tentar abraçá-lo é que reparo

*

Que, sendo humana, ainda me deparo

Com as limitações do gesto escasso

E embora traga um mundo no regaço,

Sou apenas humana e não me é raro

*

Sentir-me aprisionada e pequenina

Neste corpo magoado e perecível

Em que as asas não passam de ilusão,

*

Ou meras fantasias de menina...

Ah, só sonhando pode ser possível

Caber-me, inteiro, o mundo numa mão!

*

Maria João Brito de Sousa - 18.01.2008 - 19.23h

 

(Reformulado a 22.09.2016)

 

17
Jan08

PENAS NO MEU TELHADO...

Maria João Brito de Sousa

PENAS DO MEU TELHADO

*

 

Mil asas colorindo o meu telhado

Às sete da manhã de cada dia

Que têm por missão dar-me alegria

Em troca de migalhas e cuidado...

 

 

 Mil asas justificam-me o pecado

De não dar atenção à portaria

Que promete uma coima que arrepia

A quem alimentar o bando alado.

 

 

 Talvez me identifique com as penas,

Ou talvez tenha pena... não sei bem,

Mas todas as manhãs o alimento!

 

 

 Sempre que o faço nascem-me poemas

E todas essas penas vão, também,

Buscar ao meu telhado o seu sustento.

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 17.01.2008 - 15.17h

 

17
Jan08

MARIA-SEM-CAMISA III

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

Maria-Sem-Camisa III

 

 

É uma sem camisa, essa Maria

Que vive, noite e dia, na canseira

De escrever os sonetos que Deus queira

Como se fosse  alguma mais-valia

 

E há quem já nem lhe ature a teimosia

Quando ela, a "poetar" dessa maneira,

Não escuta nem consente à sua beira

Quem quer que lhe interrompa a fantasia.

 

Maria-Sem-Camisa nunca pára,

Teclando ou rabiscando até se esquece

Que o mundo gira ainda ao seu redor

 

E que ela será sempre uma ave-rara

Porque não muda nunca... até parece

A cada ano que passa estar pior.

 

 

 Maria João Brito de Sousa - 17.01.2008 - 02.56h

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