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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
16
Jun11

QUE CULPA?

Maria João Brito de Sousa

Que culpa tinha ele da sua dor

Sem medida, nem fundo ou amplitude?

Que culpa, a dessas asas de condor

Em constante mudança de atitude?

 

Que culpa tinha o mar da sua cor?

Que culpa tinha a Culpa se a Virtude

Se culpava a si própria e, nesse ardor,

Mostrava quanto dela nos ilude?

 

Mais tarde serenou, calou bem fundo

As paixões funcionais que convocara

E encomendou ao Tempo a sua cura.

 

Sobreviveu culpando meio mundo

Por cada cicatriz que lhe ficara

De um tempo em que essa dor fora mais dura…

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

03
Jun11

O FRUTO DO OVO

Maria João Brito de Sousa

 Que pássaro voou? Que lume acende,

Neste terreno palco, uma vontade

Que não desiste nunca e se não rende

Enquanto não alcança a liberdade?

 

Que absurdo gesto nega e se não vende,

Que lágrima a sulcar-me esta saudade

Me traz quanta vontade aqui me prende?

E quem me diz a mim que isto é verdade?

         

Foi a asa de um anjo imperativo

Que, apontando este espaço onde me vivo,

Me pediu para olhá-lo desde os céus,

 

Ou o fruto de um ovo, aceso em chamas,

Trocando as tibiezas que proclamas

Por quanto eu não conheço e chamo Deus?

 


 

Maria João Brito de Sousa

27
Mai11

DOIS REIS DE MEL COADO

Maria João Brito de Sousa

Se eles sabiam do mel que tu coavas

Nos palácios das doces fantasias

Que construías, mas nunca habitavas,

Nem nas mais improváveis invernias…

 

Se eles sabiam… sabiam! Tu sonhavas,

Coando o mel que nunca provarias

Pois, dos favos etéreos que moldavas,

Nenhum seria teu, bem o sabias…

 

Coavas por coar. Outros viriam

Roer as malhas vivas que entendiam

Poder saborear quando chegasse

 

O tempo da colheita que fariam

Com as mãos inocentes que teriam

Se um futuro menor lhas não negasse…

 


 

Maria João Brito de Sousa – 26.05.2011 – 23.44h

 

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

19
Mai11

QUAIS BANAIS? QUAIS INTANGÍVEIS?

Maria João Brito de Sousa

Quando o sol vem mostrar que bem-me-quer,

Tal como quer aos melros e pardais,

Respondo-lhe que o quero ainda mais,

Que, às vezes, sou mais ave que mulher…

 

Mas, se uma lua cheia acontecer,

Redonda em seus abraços vesperais,

Aceno-lhe a sorrir, faço sinais

Para que ela, ao espreitar, me possa ver…

 

Tão ave quanto as aves, mas sem asas,

Fico a vê-las voar por sobre as casas

Enquanto estes dois astros, impassíveis,

 

Iluminando todos por igual,

Não diferenciam homem de animal,

Nem cuidam quais banais, quais intangíveis…


 

 

Maria João Brito de Sousa – 19.05.2011 – 10.05h

26
Abr11

EU, CRIATURA SELVAGEM

Maria João Brito de Sousa

 

Morderei todo aquele que me morder!

Sou bicho que ninguém domesticou,

Que invadiu, doa lá a quem doer,

História(s) da Vida que ninguém contou.

 

Meu ideal? Tão só sobreviver

Neste astro azul que o homem dominou

Porque tudo o que faz – ou quer fazer… -

É sobrepor-se a excessos que engendrou

 

E, no entanto, também eu sou vida,

Exactamente como ele sempre o foi

Desde o momento exacto em que sentiu

 

Que aquilo a que aspirava, na subida,

Era ao protagonismo de um herói

Que a própria natureza desmentiu…

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

 

23
Mar11

CAMINHO DE POETA

Maria João Brito de Sousa

Solitário nasceu e há-de morrer

Poeta que é poeta a tempo inteiro!

Bem soube que nasceu para escrever,

Nunca o fez pr`a mostrar-se ou ter dinheiro...

 

Poeta é mesmo assim! O seu dever

Foi ser em plena essência, verdadeiro,

Esquecido de si mesmo ao transcender

Fronteiras deste humano cativeiro…

 

Poeta... este ousou sê-lo e nem par`cer;

Negando o que outros dizem dar prazer

Abraçou, despojado, a fantasia,

 

E deu-se por inteiro. E nem sequer

Hesitou, recuou, parou pr`a ver

Aonde é que o levava a Poesia...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 22.03.2011 – 18.46h

 

Ao meu avô, António de Sousa. Poeta.

 

 NOTA - Soneto reformulado a 22.10.2015 

 

 

http://www.raizonline.com/radio/    Oiça, esta noite, entre as as 22 e as 24.00h - hora de Portugal Continental - o programa

 

SABOREANDO, de  Joaquim Sustelo

 

 

 

E... que tal umas rifas por uma boa causa?

 

http://www.carolinalucas.com/bazar

 

A pequena Carolina Lucas precisa de garantir a continuidade dos seus tratamentos, em Cuba. Uma boa maneira de colaborarmos será visitar o link do seu BAZAR e comprar umas rifas... vamos a isso?

 

 

 

... e, a seguir, oiça o OUVINDO A MAGDA no http://www.raizonline.com/radio/

18
Mar11

DEPOIS DE ANTES DE MIM

Maria João Brito de Sousa

“Depois de antes de mim… estarei por cá!”

E sublinhava a frase com risadas,

Desfazendo-se toda em gargalhadas,

Mostrando não cuidar do que não há…

 

Soprava um beijo a rir, como quem dá

Riquezas das que são mais cobiçadas

E fugia de nós subindo escadas

Inventadas por ela e por… sei lá!

 

Sumindo-se na tarde incandescente,

A cada pôr-do-sol, corria, urgente,

Depois de nos deixar num alvoroço…

 

Certa tarde chegou quase à tangente

E, sorrindo pr`a nós, disse, inocente:

“- Brincamos amanhã, depois d` almoço!”

 


 

Maria João Brito de Sousa – 16.02.2011 – 20.02h

 

 

 ESTA NOITE;

 

Música e Letra por Liliana Josué na Rádio Raizonline
Horário: Sextas feiras das 21horas às 23 horas
Titulo do programa: Música e Letra
Apresentadora: Liliana Josué

 

E, NO FIM DE SEMANA, VÁ AO http://www.carolinalucas.com/bazar   :)

 

BOAS COMPRAS!

17
Mar11

VULNERABILIDADES

Maria João Brito de Sousa

 

Falta-me outro luar que mal recordo

Mas vem iluminar, de vez em quando,

Essas noites de insónia em que eu acordo

Porque  nem a mim mesma me comando…

 

Tu dizes que é tolice e eu concordo

Mas que posso fazer se em nada mando?

Se nem desta maçã, que agora mordo,

Serei mais do que quem a vai trincando?

 

Falta-me outro luar inexplicável,

Mais branco do que o posso descrever,

De uma brancura quase intolerável

 

Num silêncio pesado, inominável

Que nunca mais me deixará esquecer

Que mesmo ao que não há sou vulnerável…

 


 

Maria João Brito de Sousa

14
Mar11

POR VEZES, SÓ A TELA...

Maria João Brito de Sousa

 

 

Às vezes digo aquilo que não devo

Mas mesmo não devendo eu vou dizer

Que por muito que seja o que aqui escrevo

Ficam-me sempre coisas por escrever…

 

Poderia tentar, mas não me atrevo

E fico por aqui, porque o dever

Me faz calar o que comigo levo

E transformar em gesto o que disser…

 

Assim nasce a pintura numa tela

E nisto transfiguro o que não digo

Do que sinto por dentro e me transcende…

 

Poderei sempre conversar com ela

E gravar nela as metas que persigo

Porque é sempre uma tela quem me entende…

 

Maria João Brito de Sousa

11
Mar11

TEUS OLHOS

Maria João Brito de Sousa

Lágrimas dos teus olhos imploravam

Outros olhos que olhassem para ti,

Que vissem esses teus tal qual os vi,

Afogados na água em que boiavam…

 

Vi nos teus cegos olhos que choravam

As águas desse rio que não esqueci

Mas a salvá-los não me permiti

Pois não era por mim que se afogavam

 

E foi essa a razão que me impediu

De resgatar teus olhos desse rio

Que deles corria em estranho sobressalto,

 

De banhar-me na dor que deles fluiu

Só pr`a que nunca mais tivesses frio,

Para que alguém te olhasse enquanto eu falto…

 


 

Maria João Brito de Sousa  – 29.01.2011 – 02.59h

10
Mar11

NUM SÓ POEMA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Num só poema escrito com paixão,

Num só verso que nasça cá de dentro,

Numa frase qualquer que uma emoção

Tornou grafismo e foi gritada ao vento,

 

No estranho dedilhar desta tensão

Na grafia em que sou o que me invento,

Nesta sempre imparável compulsão

Em que me não sei dar, mas sempre tento,

 

Nos instantes ferozes e selvagens

Da magia insondável das imagens,

No aço laminado de um segundo

 

Em que me encontro além do infinito

E me esvazio toda num só grito…

Eu sou pr`além de mim; sou todo um mundo!

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 05.03.2011 – 17.30h

 

 

 

 

http://www.raizonline.com/radio/  É já amanhã, entre as 21 eas 23.00h, A LETRA E A MÚSICA  com LILIANA JOSUÉ.

Carregue no link acima e tenha uma boa noite de Poesia!

09
Mar11

UM POUCO MAIS QUE NADA

Maria João Brito de Sousa

 

Se o mundo me aceitar… fico por cá!

Neste universo errático, imparável,

Ser pouco mais que nada é reprovável

E eu sou bem pouco mais que o que não há…

 

Mas se, nas voltas que o planeta dá,

Me puder mostrar útil, agradável,

Se nada aqui fizer de condenável,

Quem sabe se este não se tornará

 

O meu pousio possível e provável,

O local ideal [… ou ideável?]

Para abrigar o nada que aqui sou

 

Ou mesmo pr`a tornar-me inabalável,

Um ente c`o poder incontestável

De se cumprir tal qual se idealizou?

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 08.03.2011 – 14.03h

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