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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
13
Mar09

NÓS, DESTINO...

Maria João Brito de Sousa

Nós, poema, animais e coisa esparsa,

Nós, abstracto-concreto e força viva,

Nós, a estranha e expurgada comitiva

Com olhos de luar, asas de garça,

 

Nós flâmulas, nós almas que respiram,

Nós todos e nenhuns, nós persistentes,

Nós desacreditados-sencientes,

Nós raiz de mil coisas que partiram,

 

Nós feitos-imperfeitos, mas reais,

Nós por mundos e estradas virtuais

Sobrevivendo e sendo genuínos,

 

Nós, apesar de tudo inofensivos,

Criadores ou veículos passivos,

Nós paradoxos-vivos, nós destino.

 

 

Voltei para vos dizer que hoje há um desafio de poesia no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/  , que está com um novíssimo "visual". Oito bogs foram obrigatoriamente desafiados, mas gostaria de oferecer o prémio a todos os que por lá se dignem passar.

10
Mar09

SEI LÁ...

Maria João Brito de Sousa

Sei lá se hei-de poder falar de amor,

Dessoutro amor, entre homem e mulher…

Vivi-o sem, contudo, me esquecer

Porque o vivi em todo o seu esplendor.

 

Poucas vezes, também, falo da dor

No entanto sei dá-la a entender…

Há tantas, tantas coisas por fazer,

Mas eu nenhuma faço por favor…

 

Amor é, para mim, este acordar,

Esta candura branda, que ao tocar

Me faça enternecer o coração…

 

Há amores que eu só posso recordar,

Sorrir, deixá-los lá, nesse lugar,

No espaço-tempo de outra geração…

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

08
Mar09

MULHER

Maria João Brito de Sousa

 

Mulher. Eva-Mulher fui concebida

Neste omni-receptor  em que me sei

E dos genes de mim, um dia dei,

Em gestação, continuidade à vida.

 

Por tanto dar de mim e por ser tida

Como a matriz de tudo o que engendrei,

Quis ir mais longe ainda e procurei

A obra nunca dantes conseguida.

 

Eva-Mulher me sei e me vou sendo

E vou ainda além do que eu entendo

Procurando as razões deste quem-sou.

 

Eva-Mulher. A tudo o que me prendo

Procuro dar-me ainda e só pretendo

Saber de aonde vim, pr`a onde vou…

 

 

 

Um prémio "maneiro" à vossa espera no

 

http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/

 

08
Mar09

UMA VIAGEM INESQUECÍVEL

Maria João Brito de Sousa

Saiu da agência de viagens arrumando, na malinha a tiracolo, a papelada que escrevera nos intervalos dos telefonemas dos muitos turistas que pediam o apoio da sua “hostess” depois do check-in no hotel. Eram quatro e meia de uma tarde de Verão e as palavras do chefe do Foreign Department soavam-lhe, ainda, aos ouvidos:

- Maria João, gostaríamos de tê-la no nosso próximo Grupo da Getaway Adventures, desde Espanha, acompanhando o grupo desde lá.

Não respondera logo. Esboçara um sorrisinho “polite” e murmurara meia dúzia de palavras que não queriam dizer coisa nenhuma. Aquele momento seria supostamente especial. Era-o. Não da forma que seria para as suas colegas que viviam e trabalhavam de olhos postos na primeira viagem. Na inesquecível primeira viagem.

Para ela era muito diferente. A palavra fazia-lhe despontar raízes por dentro e por fora. Não era medo. Não era falta de ambição. Era uma ausência de medos e um desvio real das ambições… as dela ficavam-se mais por ali, pelas escadinhas da estação do Rossio onde os alfarrabistas de rua espalhavam os exemplares semi-novos e muito antigos onde, inevitavelmente, ficava a viajar durante horas. Colega que a acompanhasse

Acabava por desistir da companhia e rumar sozinha aos Porfírios enquanto ela, esquecida de horas e desoras, se eternizava nas escadinhas, entre páginas de velhos alfarrábios.

Tomava sempre como própria da sua pouca idade aquela excentricidade que tentava dissimular, quantas vezes da forma mais desastrada…

Deixou, em troca de dois exemplares de Nefrologia Clínica, uma boa parte do que ganhara no “transfer” do dia e rumou à estação de comboios, remoendo ainda as palavras do chefe. O raio da viagem estava-se-lhe a tornar incomodativa, colava-se-lhe às páginas do livro, consumia-lhe as letras num rodopio constante que lhe tirava o prazer da leitura… ou da interiorização das palavras que lia. Impedia-a, inclusive, de saborear as cores e os paladares das ideias que se lhe começavam a enredar nos vês, nos iis e nos gês das viagens. Fechou o livro enquanto evitava, com a habilidade de uma longa experiência, um encontrão no senhor que vinha em sentido contrário e que parecia mais interessado nas pedras da calçada do que ela na porcaria da primeira viagem.

Quase, quase a chegar à estação dos comboios perdeu o olhar no céu que escurecia. Parou por instantes e olhou os pombos sedentários que por ali debicavam invisíveis migalhas. Abriu a carteira, retomou o percurso num passo mais decidido e anotou na agenda… “Amanhã – avisar a Benilde de que se vá preparando para tomar o meu lugar na viagem”.

Guardou a agenda enquanto entrava no comboio, pronta para retomar a leitura sobre o diagnóstico precoce das nefropatias.

 

 

 

Recordado para http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/ 

 

06
Mar09

AGORA E DEPOIS

Maria João Brito de Sousa

 

Se, agora, fico fraca, se antevejo

Momentos que me irão magoar ainda,

Mais tarde serei forte e será linda

A colheita que, agora, vos desejo

 

E, se, neste momento, pouco faço,

Se o meu tempo é tão pouco pr`a cuidar-vos,

Terei eternidades pr`abraçar-vos

E tomar-vos, depois, no meu abraço.

 

Se, agora, nada tenho e sei amar,

Se nem este cansaço me curvar,

Depois, nem sei porquê, fico segura

 

De que serei bem menos imperfeita.

[talvez seja esse o fruto da colheita

ou - quem sabe... - um prenúncio de loucura...]

 

 

The Rose Garden - Paul Klee

imagem retirada da internet

 

06.03.09 - 19.30h

 

03
Mar09

CAMINHADA (ainda online...)

Maria João Brito de Sousa

De súbito estremece e já não sabe

Se fez mal ou fez bem em desistir.

Irá aonde Deus lho permitir,

Até que estoutro tempo  se lhe acabe.

 

De súbito não sabe se ali cabe,

Se o mundo que o rodeia irá servir...

Será, até à hora de partir,

O que o mundo deixar... conquanto aldrabe.

 

Será o que puder até poder,

Será até um dia já não ser,

O produto da sua caminhada.

 

Será enquanto Deus o entender

A soma das passadas que ali der

Até se descobrir noutra morada.

 

 

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