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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
02
Jun17

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XLV

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0009.jpg

 

 

FANTASIA, SONHOS E BRINQUEDOS

 

Há  fantasia, sonhos e brinquedos

Fundidos com amor e esperança

Alegria aventuras e segredos

Nos olhos inocentes da criança

 

E quando chora e grita com os medos

Nos seus olhos há gotas numa dança

Translúcida, que brotam quais torpedos

Até sentir de novo ar de bonança

 

Se na água do rio se vê espelhada

Tem nos olhos uma estrela desenhada

Que cintila nos risos que declama

 

Como sendo poemas, esses risos

Mágicos,  que se fazem de improvisos

Quando os seus olhos vêm quem ama

 

 

MEA

1/06/2017

 

A CURIOSIDADE INFANTIL

"Há fantasia, sonhos e brinquedos"

E essa curiosidade natural

Que, ao fervilhar nas pontas dos seus dedos,

Desvenda do complexo ao mais banal

 

"E quando chora e grita com os medos",

São esses choros coisa ocasional,

Porque logo se apagam nos folguedos

Que engendra pela casa, ou no quintal...

 

"Se na água do rio se vê espelhada",

Sobre ela se debruça extasiada,

Fantasiando sobre o que ali viu...

 

"Como sendo poemas, esses risos",

São seus? Serão reflexos imprecisos?

Foi ela ou foi a água quem sorriu?

 

 

Maria João Brito de Sousa -02.06.2016 - 10.36h

 

 

25
Mai17

GLOSANDO HELENA FRAGOSO III

Maria João Brito de Sousa

perdi-me....jpg

 

PERDI-ME

 

 

Perdi-me nos abraços da saudade

Nos passos que me esquecem no caminho

Na escuridão que ensombra de verdade

O que restou do lar que era meu ninho...

 

Perdi-me nesta noite de ansiedade

Neste tempo desfeito, tão sozinho...

Sentindo a cada passo a realidade

Deste meu mundo triste...que adivinho.

 

Mas tento inda encontrar essa vontade

De vencer a tristeza que me invade

E luto no final do meu caminho...

 

Perdi-me nos abraços da saudade

Nesta triste e cruel realidade

Sentindo que por vezes já definho...

 

Helena Fragoso

 

 

ULTRAPASSAGEM

 

“Perdi-me nos abraços da saudade”,

Mas mesmo que a saudade me faltasse,

Ter-me-ia bastado a liberdade

Pedir-me que fosse eu quem a abraçasse…

 

“Perdi-me nesta noite de ansiedade”

E embora em minha cama pernoitasse,

Sonhei ser uma escrava que se evade

Das masmorras de fel que outrem criasse…

 

“Mas tento inda encontrar essa vontade”;

Onde hoje encontro só contrariedade,

Enfrento, dia e noite, o mesmo impasse…

 

“Perdi-me nos abraços da saudade”

Mas sobra-me esta dura realidade

E a esp`rança de que um sonho me ultrapasse.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 25.05.2017 – 09.34h

 

 

18
Mai17

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XLIV

Maria João Brito de Sousa

sonhos-e-planos.jpg

 

QUANDO A NOITE CHEGA

 

Serenamente a noite chega e traz

Um bailado com fitas de luar

Num brando musical que se perfaz

Nos sonhos que se formam num olhar

 

Se uma sombra dançante, satisfaz 

Fantasias que crescem no lugar

Onde o som do silêncio é capaz

De num abraço quente vir beijar

 

Os lábios que trauteiam as canções

Ao ritmo do bater dos corações

Quando sonho visita o pensamento

 

E junto com as estrelas e o luar

Há um conjugar perfeito um embalar

Que leva a viajar plo firmamento 

 

 

MEA

9/05/2017

 

 

FINITUDES

 

“Serenamente a noite chega e traz”

Um pouco de descanso ao torturado

Corpo que já não busca senão paz,

Quando da própria paz se vê privado.

 

“Se uma sombra dançante o satisfaz”

E devaneia um tanto alucinado,

Será só porque a dor não foi capaz

De lhe apagar um sonho antes sonhado.

 

“Os lábios que trauteiam as canções”,

Cerram-se agora em estranhas contorções,

Que a dor que quer esquecer não foi vencida

 

“E junto com as estrelas e o luar”,

Está a dor, sempre pronta pr`a lembrar

Que os sonhos também morrem, como a vida.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 18.05.2017 – 10.08h

31
Mar17

GLOSANDO IDALINA PATA

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0009.jpg

 

EU E AS PALAVRAS



Juntos , tu, eu e as palavras,
Vamos pela vida lado a lado,
Tentando esquecer o que é passado,
Para ter o futuro que ambicionava.

 

A palavra é a minha companhia,
Nos melhores momentos e nos maus,
Quando a minha vida está um caos,
Busco na palavra a energia.

 

Às vezes não encontro o que dizer,
E por essa razão eu fico triste,
E sinto que por dentro estou vazia.

 

Mas quando começo a escrever,
Vejo que a Paixão ainda existe,
E volta de novo a alegria.

 

Maria Idalina Pata

29-03-2017

 

*******************

 

O MEU CANTIL DE PALAVRAS

"Juntos, tu, eu e as palavras",

Escrevemos tudo aquilo que entendermos

Desde que essas palavras sejam termos

Concretos e leais, nas suas lavras...

 

"A palavra é a minha companhia",

Minha raiz, meu fruto e meu sustento;

Dela me nasce um caule, inda rebento,

Que cresce noite a noite e dia a dia...

 

"Às vezes não encontro o que dizer"

Porque a palavra tarda em renascer

Quando a vida me lança em campo hostil,

 

"Mas quando (re)começo a escrever",

Cada palavra, diga o que disser,

Enche de esp`rança e seiva o meu cantil...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 31.03.2017 - 09.58h

 

30
Mar17

GLOSANDO VASCO DE CASTRO LIMA

Maria João Brito de Sousa

José Malhoa.jpg

 



COLHEITA



Surge o coro dos pássaros cantores

na catedral pagã da mataria.

O milho ruivo e os pomos tentadores

cobrem a terra pródiga e sadia.



É o tempo da colheita. Os segadores

remoçam, cantam, choram de alegria.

Como prêmio ao suor dos lavradores,

não vai faltar o pão de cada dia.



Garças esbeltas, de alva formosura,

passeiam pelo campo aquela alvura

que põe, no verde, branquidões bizarras.



E o coqueiro se curva, satisfeito,

porque ainda vibra, dentro do seu peito,

o zunido estridente das cigarras...



Vasco de Castro Lima



In osecularsoneto.blogspot.pt





COLHEITAS,,,





"Surge o coro dos pássaros cantores"

E eu páro de cantar, que é já cumprida

A função de aliar-me aos produtores

Das mais belas colheitas desta vida.



"O tempo é de colheita. Os segadores"

Empunham, com mão forte e decidida,

As foices e, esquecendo algumas dores,

Empenham corpo e alma na corrida.



"Garças esbeltas de alva formosura"

Vão-nos sobrevoando a grande altura,

Um mesmo sol dourado os abençoa



"E o coqueiro se curva, satisfeito,"

Completando um cenário tão perfeito

Que nos lembra uma tela de Malhoa...





Maria João Brito de Sousa - 30.03.2017 - 12.39h

 

26
Mar17

GLOSANDO SAÚL DIAS

Maria João Brito de Sousa

Julio dos Reis Pereira.jpg

 

JÁ FOSTE RICO E FORTE E SOBERANO

 

 

Já foste rico e forte e soberano,
Já deste leis a mundos e nações,
Heróico Portugal, que o gram Camões
Cantou, como o não pôde um ser humano!

Zombando do furor do mar insano,
Os teus nautas, em fracos galeões,
Descobriram longínquas regiões,
Perdidas na amplidão do vasto oceano.

Hoje vejo-te triste e abatido,
E quem sabe se choras, ou então,
Relembras com saudade o tempo ido?

Mas a queda fatal não temas, não.
Porque o teu povo, outrora tão temido,
Ainda tem ardor no coração.

Saúl Dias, in "Dispersos (Primeiros Poemas)"

 

 

**************************************

 

DEPOIS DE CADA NOVA PROVAÇÃO

 

"Já foste rico e forte e soberano,"

Cruzando o mar remoto dos mil medos,

Das ondas, dos abismos, dos rochedos

Que a tantos provocaram tanto dano.

 

"Zombando do furor do mar insano",

Tentaste ir desvendando os seus segredos

E, conseguiste, embora os mil degredos,

Conhecê-los melhor, ano após ano.

 

"Hoje vejo-te triste e abatido",

Como se toda a gesta o fosse em vão

E vão te fosse o tanto já cumprido,

 

"Mas a queda fatal não temas, não"!

Erguer-te-ás mais forte e aguerrido

Depois de cada nova provação!

 

 

Maria João Brito de Sousa - 26.03.2017 -18.59h

 

 

NOTA - Sául Dias é o pseudónimo literário de Júlio Maria dos Reis Pereira, irmão de José Régio.

O nome que usou enquanto artista plástico foi Julio.

 

11
Mar17

GLOSANDO JOÃO DE DEUS

Maria João Brito de Sousa

clave.jpg

O SEU NOME

 

Ela não sabe a luz suave e pura
Que derrama numa alma acostumada
A não ver nunca a luz da madrugada
Vir raiando, senão com amargura!

Não sabe a avidez com que a procura
Ver esta vista, de chorar cansada,
A ela... única nuvem prateada,
Única estrela desta noite escura!

E mil anos que leve a Providência
A dar-me este degredo por cumprido,
Por acabada já tão longa ausência,

Ainda nesse instante apetecido
Será meu pensamento essa existência...
E o seu nome, o meu último gemido.

 

João de Deus

 

(Campo de Flores, 1893)
In Poemas Portugueses Antologia da Poesia Portuguesa do Séc. XIII ao Séc. XXI, Porto Editora

 

INOCÊNCIA(S)

 

"Ela não sabe a luz suave e pura"

Que um soneto lhe acende, ao desfolhar-se

E não pode, portanto, recordar-se

De jamais ter provado essa doçura,

 

"Não sabe a avidez com que a procura"

Da pura melodia, ao ter-se, ao dar-se,

Lhe traria a certeza de encontrar-se

A fundo, até ao ponto de ruptura,

 

"E mil anos que leve a Providência"

A apontar-lhe o caminho, é bem sabido

Que, enchendo-se de pressa e de impaciência

 

"Ainda nesse instante apetecido",

Nunca o encontrará. Pura inocência

Julgar, por puro azar, tê-lo perdido...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 11.03.2017 - 15.43h

 

 

03
Mar17

GLOSANDO TEIXEIRA DE PASCOAES

Maria João Brito de Sousa

TEIXEIRA DE PASCOAES POR COLUMBANO B. PINHEIRO

 

 

TRISTÊZA

 

O sol do outomno, as folhas a cair,
A minha voz baixinho soluçando,
Os meus olhos, em lagrimas, beijando
A terra, e o meu espirito a sorrir...

Eis como a minha vida vae passando
Em frente ao seu Phantasma... E fico a ouvir
Silencios da minh'alma e o resurgir
De mortos que me fôram sepultando...

E fico mudo, extatico, parado
E quasi sem sentidos, mergulhado
Na minha viva e funda intimidade...

Só a longinqua estrela em mim actua...
Sou rocha harmoniosa á luz da lua,
Petreficada esphinge de saudade...

Teixeira de Pascoaes, in 'Elegias'

 

 

(Foi respeitada a grafia original)

 

***************************

 

ROTA

 

 


"O sol do outomno, as folhas a cair"

Dos ramos açoitados, baloiçando,

Porque o vento implacável vai soprando

E antecipando o frio que irei sentir,

 

"Eis como a minha vida vae passando"

E como, apesar disso, hei-de cumprir,

Enquanto esta vontade o consentir,

Os dias que essa vida me for dando...

 

"E fico mudo, extatico, parado"

À espera, sem saber se é já chegado

O instante derradeiro, o da partida;

 

"Só a longínqua estrela em mim actua",

Iluminando a Barca que flutua

Ao sabor das marés da minha vida...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 01.03.2017 -12.58h

 

Retrato de Teixeira de Pascoaes, Columbano Bordalo Pinheiro

 

23
Fev17

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XLI

Maria João Brito de Sousa

1746417_0Z1HZ.jpeg

 

UM POUCO DE PRIMAVERA

 

Naquela verde relva do jardim

Há salpicos de vida já brotando

Com a brancura fresca do cetim

São mesa posta a pássaros em bando

 

Que saltitam por ela em frenesim

Ora ali voando ora debicando

Num bailado de voos sem ter fim

E em alegres chilreios vão rimando

 

Versos em que prometem Primavera

Em abraços voados pla atmosfera

Que nas manhãs de sol pintam no espaço

 

E expressam melodia tão fremente

Com destreza singela e inocente

Mudando a cada instante seu compasso

 

MEA

21/02/2017

 

********************

 

MÁTRIA

 

 

"Naquela relva verde do jardim",

Expressando a vida em cor, rejubilantes,

Há vidas que parecem não ter fim,

Que renascem tão vivas quanto dantes,

 

"Que saltitam por ela em frenesim"

Contrariando os mais recalcitrantes,

Pois Vida, ao renascer, renasce assim,

Em ciclos pré-datados e constantes...

 

"Versos em que prometem Primavera",

Toda a Vida os compõe, vindos da espera

Que precede as razões de cada dia

 

"E expressam melodia tão fremente",

Que nada, nem ninguém, nega ou desmente

Que seja, a Vida, a mãe dessa harmonia!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 23.02.2017 - 09.40h

 

05
Fev17

GLOSANDO PATATIVA DO ASSARÉ

Maria João Brito de Sousa

Sancho e burrico.jpg

 

O BURRO

 

 

Vai ele a trote, pelo chão da serra,

Com a vista espantada e penetrante,

E ninguém nota em seu marchar volante,

A estupidez que este animal encerra.

 

Muitas vezes, manhoso, ele se emperra,

Sem dar uma passada para diante,

Outras vezes, pinota, revoltante,

E sacode o seu dono sobre a terra.

 

Mas contudo! Este bruto sem noção,

Que é capaz de fazer uma traição,

A quem quer que lhe venha na defesa,

 

É mais manso e tem mais inteligência

Do que o sábio que trata de ciência

E não crê no Senhor da Natureza.

 

Patativa do Assaré (1909-2002)

 

In "O Secular Soneto"

(osecularsoneto.blogsot.pt)

 

BURRO(S)

 

 

"Vai ele a trote, pelo chão da serra,"

Carregando no lombo a carga alheia,

Porque burro de carga não coxeia,

Nem quando em sujo lodo um casco enterra.

 

"Muitas vezes, manhoso, ele se emperra"

Causando ao dono enorme cefaleia,

Quando, na hora de voltar à aldeia,

Entenda ser demais quanto carrega...

 

"Mas contudo! Este bruto sem noção"

De que quem ganha a teima é o patrão

Que à chicotada o quebra, tarde ou cedo,

 

"É mais manso e tem mais inteligência"

Do que muito "finório" de aparência

Que nunca diz que não porque tem medo.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 02.02.2017 -15.19h

 

04
Fev17

GLOSANDO JORGE DE SENA

Maria João Brito de Sousa

A morte do cisne.jpg

 

INDEPENDÊNCIA

 

 

Recuso-me a aceitar o que me derem.
Recuso-me às verdades acabadas;
recuso-me, também, às que tiverem
pousadas no sem-fim as sete espadas.

Recuso-me às espadas que não ferem
e às que ferem por não serem dadas.
Recuso-me aos eus-próprios que vierem
e às almas que já foram conquistadas.

Recuso-me a estar lúcido ou comprado
e a estar sozinho ou estar acompanhado.
Recuso-me a morrer. Recuso a vida.

Recuso-me à inocência e ao pecado
como a ser livre ou ser predestinado.
Recuso tudo, ó Terra dividida!

Jorge de Sena, in 'Coroa da Terra'

 

 

 

 

... OU MORTE.



"Recuso-me a aceitar o que me derem",

Enquanto o não pagar. E pago foi

Por estas mãos que quase nada auferem

Deste trabalho infindo que as corrói.



"Recuso-me às espadas que não ferem"

E à forja em que uma espada se constrói,

Pois, de todos os gumes que me esperem,

Há-de ser sempre o meu que mais me dói.



"Recuso-me a estar lúcido ou comprado"

E recuso-me a ser manipulado

Pelas razões de outra razão qualquer.



"Recuso-me à inocência e ao pecado"

E a viver sorrindo conformado,

Porque aceitá-lo obriga-me a morrer!





Maria João Brito de Sousa - 02.02.201 - 08.23h

 

29
Jan17

GLOSANDO FRANCISCO RODRIGUES LOBO

Maria João Brito de Sousa

Bugio.jpg

 

FERMOSO TEJO MEU...

 

 

Fermoso Tejo meu, quão diferente

te vejo e vi, me vês agora e viste:

turvo te vejo a ti, tu a mim triste,

claro te vi eu já, tu a mim contente.

 

A ti foi-te trocando a grossa enchente

a quem teu largo campo não resiste;

a mim trocou-me a vista, em que consiste

o meu viver contente ou descontente.

 

Já que somos no mal participantes,

sejamo-lo no bem. Ó quem me dera

que fôramos em tudo semelhantes!

 

Mas lá virá a fresca primavera:

tu tornarás a ser quem eras d'antes,

eu não sei se serei quem d'antes era.

 

 

Francisco Rodrigues Lobo - 1580/1622

 

 

(Apud Carolina Michaëlis de Vasconcellos, "As Cem

Melhores Poesias Líricas da Língua Portuguesa"—

Londres, 1910).

Nota - Soneto e dados bibliográficos retirados do blogue "O Secular Soneto"

 

 

 

 

ROUBANDO UM BEIJO AO TEJO

 


"Fermoso Tejo meu, quão diferente"

me pareces do rio que outrora amei;

vejo-te tão distante que nem sei

se deste estranho amor ficaste ausente...

 

"A ti foi-te trocando a grossa enchente",

a mim foi-me moldando o mar que ousei,

o sonho feito barca em que embarquei

e a minha rebeldia impenitente...

 

"Já que somos no mal participantes"

e havendo um mesmo mar à nossa espera,

saibamos, tu e eu, ser bons amantes...

 

 

"Mas lá virá a fresca primavera :"

tornar-te-ás mais brando, eu, mais severa,

e um beijo não nos rouba mais que instantes...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 29.01.2017 - 11.08h

 

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