26
Nov08
MOMENTO EXTRACORPÓREO
Maria João Brito de Sousa
Mar de mim, eu sou quem se partiu,
Quem se tentou colar mas se esqueceu
De viver uma vida que perdeu
Na chama que, inteirinha, a consumiu.
Aquela que a si mesma se impediu
De ser tudo o que foi quando nasceu,
A que, escondida, nunca mereceu
O caminho do Ser a que fugiu.
Vaivém das obras nuas dos meus dedos,
Das minhas disfunções e dos meus medos
E, depois, a certeza de ter visto
Daquilo que se passa e já passou
O caco do estilhaço que sobrou...
Eu já nem sei se vivo ou se desisto!
Maria João Brito de Sousa - 25.11.2008
Imagem retirada da internet