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poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.

Out08

MARIA-SEM-CAMISA XV

Maria João Brito de Sousa

Maria-Sem-Camisa nunca trai.

Pode, às vezes, zangar-se, "olhar de lado",

Mas guardará consigo o que contado

Lhe possa dar razão. Mas cala e sai.

Maria-Sem-Camisa está zangada?

Foi porque alguém tentou manipular

A forma de "se ser", de "se sonhar"

Porque o resto a não toca quase nada...

- Maria-Sem-Camisa, olha-me o gato

Que ao perpetrar tamanho desacato

deixou a casa inteira em desalinho!

Mas Maria desata à gargalhada;

- Deixá-lo! Mesmo assim, desarrumada,

Há-de ter sempre a dimensão de um ninho...

Maria João Brito de Sousa - 28.10.2008 - 17.03h

"Ashes" - Edward Munsch

Imagem retirada da internt

publicado às 17:03

40 comentários

M.Luísa Adães 28.10.2008

poetaporqueDeusquer

Maria sem camisa
Casa desarrumada
gato em desacato

Nada pode fazer e com razão, desata à gargalhada.
Boa disposição ela tem
Não lhe falta nada!

Muito bom o teu soneto! Alegre, uma forma encantada de aceitar o Tudo e o Nada!

Mulher encantadora,
Maria Gargalhada.

Peço desculpa de só hoje escrever, mas tive de descansar e dormir e depois acordei cansada e com uma espécie de sono, mas não é sono, ao menor desiquilíbrio desfaz-se em nada - parece a Maria Gargalhada!

Isto é de loucos!

Beijos,

Maria Luísa
Maria João Brito de Sousa 28.10.2008

Olá Maria Luísa. Parece que andamos em sintonia... sono não me falta. Estou, literalmente, "a dormir em pé"... obrigada pelo novo epíteto. Gostei de ser Maria Gargalhada. As gargalhadas, de vez em quando, fazem muito bem e eu prefiro esta atitude a andar a "bater com a cabeça nas paredes", num desespero insano que a nada conduz. A gargalhada, mesmo extemporânea, sempre nos coloca num estado de espírito diferente, bastante mais salutar.
Abraço.
M.Luísa Adães 28.10.2008

E não falei nos outros desabafos - não falei e não vou falar! Mas espero sempre que conduzas a tua vida no melhor dos caminhos e ultrapasses dificuldades insanas, com uma boa gargalhada!
Beijos e uma boa-noite.

Maria luísa
Maria João Brito de Sousa 28.10.2008

Os "outros desabafos" são mesmo só para desabafar. Prefiro recorrer à gargalhada e usar o ditado "o que não tem remédio, remediado está". Os "outros desabafos" são uma pequena justificação desta quebra horária da minha relativa constância.
Abraço grande.
vitor 29.10.2008

Maria João, hoje não vou falar sobre sonetos …porque invariavelmente são soberbos mas dizia eu, o que me traz hoje aqui à fala, é enaltecer o belíssimo gosto que teve ao pôr o saudoso Freddie Mercury, e os Queen, como música de fundo para os seus sonetos. Ainda hoje, não consigo ouvir e ver, alguém que se assemelhe a tão virtuoso cantor e compositor. Era um autentico animal de palco…tal qual você o é, Maria, na composição dos seus sonetos. Há muito que lhe queria transmitir esta minha opinião, e foi agora, porque está por esta altura a fazer anos que o Freddie foi levado por Ele. Fica em jeito de homenagem.

Parabéns pelo gosto, e acredite, se os seus sonetos são soberbos, declamados ao som do Freddie, soam a sublimes.

Beijinho.

ligeirinha 28.10.2008

eu poeto , maria -poeta- porque transtornas-me quando tens o gato, as gigas, o scanner,o counter ...tudo saltitando como doidos e até porque não fazendo parte da propria poesia!
tens o teu encanto ...mas eu fico com falta de ar...e agora?????
Maria João Brito de Sousa 28.10.2008

Agora... acalma-te e dá uma boa gargalhada.
A D. Isa adoeceu com gripe. A D. Fernanda esta congelada (eu também...) e eu estou sem acesso à caixa de correio. Se não fosse esta gargalhada também estaria com falta de ar... o grande ascendente que um blog pode ter em relação à comunicação escrita comum, é, para mim, esta partilha "em directo" de sensações, frustrações, alegrias e gargalhadas... o pior ainda nem disse. Nem digo. Senão varre-se-me a gargalhada e tu ficas mesmo com falta de ar... mas olha, estou a sentir-me um bocadinho claustrofóbica. E não é da casa. Não. Estas paredes albergam universos, são grandes, são imensas e protectoras... muito embora de cristal.
Ligeirinha, estou zangada porque não consigo enviar as linhas de apresentação à Helena. Não posso saber o conteúdo dos 20 e tal emails que me esperam na inviolável caixinha de correio. Bem, eram vinte e tal por volta das 17.00h... agora nem sei quantos serão... ah! Também por lá anda uma lição sobre informática básica que alguma alma piedosa fez o favor de me enviar.
E estou triste por outras coisas que resistem à transparência porque não me pertencem só a mim. Vocês poderiam tentar interferir no processo e eu não quero isso. Mas ainda acredito. Não sei como, mas ainda acredito que vou conseguir resolver o problema. Valha-me a gargalhada da Maria-Sem-Camisa!
Um grande abraço. Tu tens razão. Tudo isto faz parte da poesia. Tudo isto é poesia.

linhaseletras 28.10.2008

Boa Noite! Pode ser Maria Sem Camisa, mas tem pelo menos muito humor, e isso alivia algum mal estar da vida, porque ficar triste não resolve nada e ainda piora as coisas.
E esse gato do soneto deve ser o Spirit ", não me diga que ainda não acalmou, e é ele que lhe põe a casa do "avesso".
Agora vou e depois virei a aqui para o soneto do dia, até já
Maria João Brito de Sousa 28.10.2008

Ó minha amiga, é o Spirit, é. Este "rapaz" cresceu e achou que os outros é que estavam a invadir o seu território. Tive de o separar dos outros e estou bastante atrapalhada com a situação. Hoje fiquei mesmo toda esgatanhada porque houve "bulha" entre eles todos e os pobres dos cães que estavam habituados a conviver com gatos que os aceitavam lindamente. Estou sem caixa de correio pois não consigo entrar de maneira nenhuma. O melhor é levar isto a rir... até já postei um sonetozinho brincalhão sobre o assunto, no mumbles.
Abraço.

manu 28.10.2008

O que ainda nos vai valendo é o humor. E é com humor que lhe envio um poema livre para entender o que vai na cabeça desse bichano de carácter.

Às vezes o gato fitava
com estranheza
o que de nós (um excesso)
se interpunha entre nós e o gato,
a nossa presença.

in - Theo - Manuel António Pina

Um abraço
Maria João Brito de Sousa 28.10.2008

Olá Manu. Eu conheço bem os gatos. Nasci e cresci no meio de gente que tinha uma enorme paixão por eles. Por isso mesmo é que nunca deveria ter trazido o Spirit para uma casa onde havia treze animais, cinco dos quais gatos também, sete pombos e dois cães... a luta pelo território seria (e é...) inevitável. Mas o Spirit deve ter sido abandonado. "Colou-se" a mim de uma maneira que demonstrava bem que estava habituado à companhia do ser humano. Fiquei sempre na esperança de o conseguir dar a alguém mas, até agora, nada! e já lá vai mais de um mês. se conhecer alguém que o queira, fico-lhe muito grata. É um macho amarelo-listado e muito jovem. Deve ter, agora, sete ou oito meses.
Obrigada pelo poema do Manuel António Pina.
Um abraço.

Joanina 28.10.2008

Poeta, vejo que por ai a coisa anda meio tempestuosa... Espero que não seja nada de grave. Valha-nos o nosso sentido de humor, não e?
Sabes que hoje também tenho tido imensos problemas para abrir o meu mail SAPO? Parece que esta movido a vapor... Sinceramente não entendo, e as vezes fico com umas ganas de espremer o pescocinho ao ...
Bj da Jo
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Tempestuosa mesmo, minha querida Jo! E olha que eu que sou toda partilho contigo essa vontadezinha de...
Não há direito! Isto está a estragar o mitíco amor que eu sempre tive pelos batráquios, desde a minha mais tenra infância! Deve-me ter vindo do "Bichos", do Torga. Um dos personagens era um sapo. Caramba, Jo! Eu nunca conheci ninguém que tratasse de forma tão sublime todos os animais, humanos e não humanos. Ele escreveu-os, descreveu-os e sentiu-os exactamente como se fosse um deles, com uma dignidade inatingível pelo comum dos mortais... infelizmente.
Eu tinha uma verdadeira adoração por esse homem. Certa vez, pouco antes da morte da minha avó, tinha eu dez anos, ele sentou-se comigo no escritório do meu avô e "contratou-me" para ilustrar uma reedição de "Os Bichos". Eu andava ecantada. Trabalhava horas a fio naquele projecto. A Andrée, a mulher dele, era uma das melhores amigas da minha avó e eles iam lá a casa sempre que estavam em Lisboa. Depois foi o meu primeiro grande abalo afectivo. A avó Alice morreu muito pecocemente de A.V.C., o meu avô entrou em depressão e nunca mais se falou de nada. Nem sequer cheguei a ir ao funeral dele.
Bem... estou com "a corda toda"...
Um grande abraço para vocês todos!

João Chamiço 29.10.2008

Maria-quase-nua,
Maria-sem-camisa
Que sina é a tua...
Manhã de fresca brisa
Raro brilhar de lua;
Apenas poetisa!
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Olá João. Estou sem acesso à caixa de correio.
Não sei quanto tempo vai durar esta nova "indisposição" da cx de correio, nem estou para me aborrecer mais com isso.
Fiz um link para os Poetas de Almeirim e Mais Além no poetaporkedeusker.
Abraço.
PS- Neste momento até estou enrolada numa manta, vê lá tu. Está friiiiiio...

Velucia 29.10.2008

Oi Maria

Desabafar com alegria e as gargalhadas é muito bom.

Abraço.
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Olá, Velucia! Peço desculpa pelo atraso, mas ando com imensa dificuldade em dar conta de tudo o que tenho para fazer. É verdade. Rir continua a ser a melhor forma de enfrentar as grandes crises...
Abraço grande e obrigada pela visita!

Fisga 29.10.2008

Eu tive um amigo que quando falava com as pessoas, fazia-o sempre em verso, e eu uma vez perguntei-lhe como é que ele conseguia falar dando resposta ás questõe postas, sempre em verso, e ele respondeu-me: se um dia alguem me proibisse de eu assim falar, eu não podia falar nada, porque só sei falar assim. !e tambem falas assim com os teus superiores? !é assim que eu sei falar. E tu Maria João como é que tu falas? Também versejas a falar? Um abraço E tudo de bom para ti amiga. Eduardo.
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Olá Eduardo. Com os outros ainda não me deu para isso, mas já me aconteceu "pensar em redondilha ou decassílabo" àcerca da minha vida... aquelas contas que fazemos connosco mesmos, o nosso diálogo interior.
Quando isso acontece tenho de tentar pôr travão... ou então, aproveito, e ponho-me a escrever.
Um abraço e tudo de bom para ti também!
Fisga 30.10.2008

Olá amiga João. Faz isso que é muito interessante, e faz bem nós falarmos das nossas maleitas, dos nossos problemas, das nossas venturas e desventuras, é saudável. Olha amiga, agora sou eu que estou frito com o sapo, Hoje estou desde as 9 horas da manhã, para responder a 23 comentários, são 17,50 h. e ainda me faltam uns três ou quatro para responder, É uma tortura. Fala-me da tua saúde, como vais? Um abraço Eduardo.
Maria João Brito de Sousa 31.10.2008

A saúde vai andando... o pior é que só agora consegui abrir a cx de correio e tinha lá 74 mensagens por abrir!
Maria João Brito de Sousa 31.10.2008

Sabes Eduardo, eu não acredito em muitas coisas. Gosto é de ser bem-educada, mas acreditar não acredito...
por exemplo, não acredito que um serviço público, mesmo sendo gratito, possa funcionar tão espantosamente mal. Como, por outro lado, na minha inteligência intuitiva confio muito, acredito que no Sapo há "gato"! Gato, marosca, segundas intenções, truques, partidas... o que lhe queiras chamar. Por enquanto vou continuar a postar os meus sonetos, mas como o talento não tem preço, um dia destes considero a dívida paga, aviso todos os amigos (se puder...) e passo a guardar os meus poemas no caderninho. É mais seguro. Isto, é claro, se as barreiras continuarem a levantar-se desta maneira... é que eu já encontrei pedas suficientes para construir, não um castelo, mas uma réplica da Muralha da China...
Abraço.
Fisga 31.10.2008

Olá amiga João. !A mas que poeticoprosaica e pessimista ao mesmo tempo, que tu estás hoje. Amiga, não desanimes. O sapo é assim mas tem arrumação para os teus poemas todos e mais que houvesse. O mal todo é ser um sapo em vez de uma chita. Um abraço e boa noite, Eduardo.
Maria João Brito de Sousa 31.10.2008

Eu não sou nada pessimista, Eduardo. Não gosto nada é de perder a paciência... mas tens razão, se fosse uma chita seia bem mais rápida... e, no entanto, eu gosto muito de sapos. Nunca digo isto por favor, este é que anda a sair dos eixos...
Abraço.
Fisga 02.11.2008

Olá amiga poeta. Olha sabes , se os conselhos fossem bons ninguém os dava, fazia-se uma feira com eles: Isto só para te dizer que eu digo-te para teres paciência com o sapo, e já me apeteceu mandar com o meu à parede. Eu não estou a conseguir fazer mesmo nada dele. Tenho aqui comentários do dia 29 de Outubro sem conseguir responder. Estou desesperado com isto. Um abraço e bom domingo. Eduardo.

Fisga 29.10.2008

Eu tive um amigo que quando falava com as pessoas, fazia-o sempre em verso, e eu uma vez perguntei-lhe como é que ele conseguia falar dando resposta ás questõe postas, sempre em verso, e ele respondeu-me: se um dia alguem me proibisse de eu assim falar, eu não podia falar nada, porque só sei falar assim. !e tambem falas assim com os teus superiores? !é assim que eu sei falar. E tu Maria João como é que tu falas? Também versejas a falar? Claro que se não o fazes é porque não queres.Parabéns Pelo poema.Um abraço E tudo de bom para ti amiga. Eduardo.
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Uhmmm... penso já te ter respondido no comentário anterior. Mas olha, nem sempre estou assim. Hoje estou menos poética, mas não estranho muito. Nem todos os dias são dias de "poetar ininterruptamente". E ainda bem! Durante as maiores "crises de poesia" acabo por ficar exusta. Feliz, claro, mas exausta.
Fisga 30.10.2008

Olha amiga: Eu só te venho lembrar de uma coisa. Quem fez esse Maria João, já não faz outra, mas mesmo que fizesse, seria mesmo outra e nunca a mesma. Um abraço Eduardo.
Maria João Brito de Sousa 31.10.2008

Tenns razão. Outra como eu seria muito, muito pouco provável...
Abraço.

Vitor 29.10.2008

Maria João, hoje não vou falar sobre sonetos …porque invariavelmente são soberbos mas dizia eu, o que me traz hoje aqui à fala, é enaltecer o belíssimo gosto que teve ao pôr o saudoso Freddie Mercury, e os Queen, como música de fundo para os seus sonetos. Ainda hoje, não consigo ouvir e ver, alguém que se assemelhe a tão virtuoso cantor e compositor. Era um autentico animal de palco…tal qual você o é, Maria, na composição dos seus sonetos. Há muito que lhe queria transmitir esta minha opinião, e foi agora, porque está por esta altura a fazer anos que o Freddie foi levado por Ele. Fica em jeito de homenagem.

Parabéns pelo gosto, e acredite, se os seus sonetos são soberbos, declamados ao som do Freddie, soam a sublimes.

Beijinho.
Maria João Brito de Sousa 29.10.2008

Obrigada Vitor. O Fred é, sem dúvida, espantoso. Que fique, então, em jeito de homenagem! Eu penso que não sou nada um "animal de palco". Sou mais "ponto". Não tenho "imagem", sou "apagadita" ...e sou muito despassarada quando estou na rua, quanto mais num palco!
Abraço grande!

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