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poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.

Out08

SER AS COISAS VII

Maria João Brito de Sousa

Partícula de Cosmos. Tudo e Nada!

Sol, Lua, Mar e rosa sem jardim,

Sopro daquilo que há vibrando em mim

Numa dança irreal, iluminada...

Ar, Fogo e Terra em mil contradições

Daquilo que julgamos ser real...

E, tudo junto, "Nós", porque, afinal,

Somos feitos de carne e de ilusões.

Tanta distância, tanta... e, no entanto,

Se a Vida traz em si tão estranho encanto,

Essa mesma distância é que nos une...

Tanta distância, tanta... e tão pertinho!

Tantos passos se dão neste caminho

No qual nenhum de nós caminha impune...

"Natividade" - Wifredo Lam (pintor surrealista cubano)

Imagem retirada da internet

publicado às 12:02

17 comentários

manu 19.10.2008

Calo-me quando escrevo
assim as palavras falam mais alto e mais baixo
Nada no poema é impossível e tudo é possível
mas não arranjo maneira de entrar no poema
e de sair de mim e por isso a minha voz é profunda e rouca
e por isso me calo ( e como me calarei?)
no entanto ninguém é tão falador como eu
nem há palavras que não cheguem para não dizer nada
e vós também: não me faleis de nada ou falai-me
porque não sabeis o que dizeis
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Calo-me quando escrevo assim as palavras falam mais alto e mais baixo Nada no poema é impossível e tudo é possível mas não arranjo maneira de entrar no poema e de sair de mim e por isso a minha voz é profunda e rouca e por isso me calo ( e como me calarei?) no entanto ninguém é tão falador como eu nem há palavras que não cheguem para não dizer nada e vós também: não me faleis de nada ou falai-me porque não sabeis o que dizeis in</A> - Calo-me -Manuel António Pina Correndo o risco ao falar de SER mal interpretado prefiro aqui comentar do que ficar calado eu
manu 19.10.2008

Peço desculpa pela forma miserável com que a mensagem apareceu.Esse é um poema de Manuel António Pina chamado "Calo-me".
mais abaixo deixei uma quadra de minha autoria
correndo o risco ao falar
de SER mal interpretado
prefiro aqui comentar
do que ficar calado

agora acrescento antes estivesse
Maria João Brito de Sousa 19.10.2008

Obrigada pelo poema, Manulomelino. Embora tenha saído um pouco estranho, vê-se bem que é um prolema informático. A quadra também está muito bonita e fez-me reflectir. Tenho algum receio de magoar as pessoas quando comento ou respondo a comentários. Será que eu fiz passar essa mensagem de quem está a tentar magoar?Se assim foi, peço desculpa. Só uma vez, há já bastante tempo, foi essa a minha intenção, mas fi-lo (ou penso tê-lo feito...) em legítima defesa.
Abraço grande.
manu 19.10.2008

Nem tal me passou pela cabeça, minha amiga. Nem é esse o sentido das minhas palavras. O que pretendo dizer é que todos nós devemos falar o que queremos sem constrangimentos. Eu sempre digo que o mal nunca está em quem fala e no que diz mas sim na interpretação que se dá ao que é dito. Só assim se justifica a existência de mal entendidos.
Maria João Brito de Sousa 19.10.2008

Tem razão. Nós somos muito vulneráveis aos mal entendidos. Por muito que eu me esforce por fazer uma leitura desapaixonada das coisas, acabo por me deixar enredar neles, de vez em quando. mas podemos sempre ir melhorando, aprender com os erros...
Abraço.

linhaseletras 19.10.2008

Como sempre um lindo soneto, e com sempre tenho um enorme prazer em lê-lo , desta vez não é a minha sobremesa mas sim o aperitivo porque vou agora almoçar e depois vou tomar aqui em casa porque a vida está difícil e tem de se em qualquer coisa.
Até logo
Maria João Brito de Sousa 19.10.2008

Fico muito contente por lhe servir este "aperitivo"! Um bom almoço para si, minha amiga!
Beijinho!

Velucia 19.10.2008

Olá Maria

O teu cometa cada vez mais está iluminado-a com sonetos do "SER", isto é maravilhoso!
A distância só existe para nos de carne e osso e as vezes nem sendo de carne e osso.

Um abraço.
Maria João Brito de Sousa 20.10.2008

Olá Velucia! Estou muito atrapalhada porque o antivírus falhou e não actualiza! Também não dá para enviar email porque a cx está em actualização há que tempos...
Obrigada pelas tuas palavras!
Abraço!

cateespero 20.10.2008

Maria João,
Por cá ando na leitura.... A amiga sem dúvida alguma é um poço de inspiração. Continue, pois a poesia precisa de si. Beijos! António
Maria João Brito de Sousa 20.10.2008

Meu amigo! Tenho andado aflita a tentar contactá-lo por email, mas não consigo porque o servidor não envia... estou sem antívirus!!! Não faz o update, diz-me que não estou protegida porque o "Control CTF file" não é válido!!! Porque será que isto está a acontecer??? Estou preocupada, sei que nem deveria estar aqui, mas, neste momento, não podia contactá-lo de outra forma...

João Chamiço 20.10.2008

Às vezes é na lonjura que mais perto ficamos de alguém. Quantas outras vezes podemos tocar alguém estendendo a mão na sua direcção, e é então que descobrimos quão incomensurável é a distância que nos separa.

Bjs.
Maria João Brito de Sousa 20.10.2008

Parece estranho, não parece João? E no entanto é exactamente assim... ai, que me estou a lembrar de uma coisa! Eu bem digo que ando desmemoriada...
Até já!

Joanina 20.10.2008

"Essa mesma distancia e que nos une..." Uma frase que para mim tem especial significado!... Já de há algum tempo para cá, que o que me une a maior parte daqueles a quem eu amo, e a distancia... Parece um paradoxo, mas e mesmo assim! Muitas vezes na distancia as relações tornam-se ainda mais fortes e estreitas... Não concordo nada, mas mesmo nadinha, com o "Longe da vista, longe do coração ". A vida tem-se encarregado de me mostrar o quanto esse velhinho ditado esta errado!
Bj da Jo
Maria João Brito de Sousa 20.10.2008

Pois parece um paradoxo, mas é mesmo verdade! Então e o nosso gato do Pastor da Rapa? Coitadinho! O Herpes é tão difícil de passar...
Um abraço grande.

*FreeStyle* 20.10.2008

Começo a ficar sem palavras para descrever a beleza dos teus sonetos.

estou completamente de acordo qdo dizes que somos feitos de carne......mas sobretudo de ilusões.

Gostei.

Abraço
Maria João Brito de Sousa 20.10.2008

Olá Free! Já vou espreitar o teu "post in construction" ... e ainda estou à espera de ver o que vai sair daquele "cogumelo piliforme"...
Abraço.

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