O ESTRANHO CASO DA MULHER QUE SEMEAVA COMETAS I,II E III
O caso da Mulher-Que-Traz-Cometas
(porque assumiu a sua condição
e vive nesta humana dimensão
sonhando o Paraíso dos Poetas)
É um caso verídico, actual
E nada, mesmo nada, a mudará.
Será cometa enquanto andar por cá
(embora o mundo seja virtual...)
A Semeia-Cometas sempre o foi...
Por mais que o mundo toque onde lhe dói,
Tem o seu testemunho pr`a passar.
A mulher traz cometas nos seus braços
E alheia a confusões e a cansaços
Continua entre nós a semear...
(continuação)
Continuação do caso verdadeiro
Da Mulher-Dos-Cometas-Virtuais:
- A história já vendeu tantos jornais
Que acabou por correr o mundo inteiro!
Tanta tinta correu por causa dela
E tantas edições foram esgotadas,
Que até duas velhinhas entrevadas
Vieram a correr para a janela!
Procura-se a Mulher-Que-Traz-Cometas!
Consta que, em tempos, teve tranças pretas
E veste sem requinte e sem cuidado.
Procura-se por excesso de verdade.
Procura-se por falta de vaidade.
Procura-se por estar no mundo errado!
(epílogo)
A Mulher foi julgada em tribunal.
Acusada de "porte de cometa",
A ré dá pelo nome de Poeta
E mantém a postura marginal.
Não nega nem confessa o que já fez,
Sorri quando a confrontam c`os lesados
E trouxe mil cometas pendurados,
Tentando semear, mais uma vez!
O Caso dos Cometas decorreu
Na arena deste nosso Coliseu,
Numa sessão de porta bem fechada.
Dois milénios de pena, em domicílio.
Não pensa em recorrer, recusa auxílio,
Não está arrependida e não diz nada.
Ao Fisga com o desejo de rápidas melhoras.
Ao Carlos Magalhães porque me faz lembrar
Hércule Poirot.
Ao Sapo que, há mais de um mês, se debate com a terrível pandemia da "caixa de correio fulminante".
(imagem retirada da internet)