01
Out08
O RASTO DO COMETA
Maria João Brito de Sousa
É devagar. É sempre devagar
Que a cada amanhecer se segue um dia
E devagar se exalta essa alquimia
Porque o dia se fez para exaltar.
É sempre devagar que o sol se põe,
Segundo este conceito muito nosso
(e mais não vou dizer porque não posso...),
E a noite se desdobra e se compõe
É sempre devagar que a tarde morre,
É devagar que a lua se descobre
E devagar, ainda, o mar se estende
Na areia preguiçosa de uma praia.
Devagar o cometa, antes que caia,
Deixa o rasto no céu e não se rende...
À Linhaseletras
Imagem - "Mátria" (obra adquirida)