QUERO-ME!
Eu quero-me da cor destas palmeiras!
Quero este tronco esguio, estas raízes,
Quero-me assim feliz entre os felizes
Vivendo as minhas horas derradeiras!
Eu quero-me primeira entre as primeiras
E, tal como tu pensas, mas não dizes,
Quero-me decomposta em mil matizes
Sendo igual ao que sou, de mil maneiras!
Assumo esta total imperfeição
De quanta perfeição em mim houver,
Sem ter falsas modéstias ou segredos!
Eu quero-me uma só, mas dividida
Por cada átomo alheio à minha vida,
Sem loucas ambições, sem dor, sem medos!
Fotografia (via mms) tirada, agora mesmo, da janela da minha sala-atelier. O cãozito lá embaixo é a minha amiga Lupa.