A MULHER INTERROMPIDA II
O que mais nos magoa é não ter fé,
Ser cego a essa imensa lucidez
E surdo às mil razões, aos mil porquês,
De assumir-se e de ser-se o que se é,
É calar estados d`alma, é sonhar baixo,
Saber não se exceder por estar zangado,
Não se falar demais, ter-se o cuidado
Que eu tenho, neste mundo em que m`encaixo...
Durou porque durou! Fez-se memória
A paixão desigual (porque ilusória...)
A quem eu dediquei parte da vida...
Perdeu encanto, nunca teve glória
E tudo o que sobrou foi esta história
Daquela que se assume interrompida...
Maria João Brito de Sousa - 10.07.2008
ESSÊNCIA - Acrílico sobre placa cartonada - 93x73cm
Maria João Brito de Sousa - 1999