DISTORÇÃO FIGURATIVA
Nestas reviravoltas da palavra,
Onde eu encontro a luz é onde ecoa
A voz que se não cala e que ressoa
Quando o espinho da vida em mim se crava.
Adormece esta chama a arder em mim
Numa urgência de SER que me deslumbra
E emerge um novo vulto da penumbra...
O corpo de um poema nasce enfim!
Eco de mim, suponho, eu dou-me inteira,
Memória duma vida ... eu, verdadeira,
Presumo-me inocente e sou culpada...
No tronco da palavra eu sou palmeira,
Num fruto, em cada flor, amendoeira,
Mas para muita a gente eu nem sou nada...
Maria João Brito de Sousa - 09.07.2016 - 23.00h
O AUTISTA-Pastel de Óleo, 60x60cm
Maria João Brito de Sousa - 2006