DICOTOMIA
Humano corpo-escravo, a quanto obrigas!
Quantas vezes limitas quanto prendes...
Bem sei que não conheces, nem entendes,
Os meu voejos d`alma, estas cantigas.
Pobre corpo mortal! Quem tu abrigas
É um`alma invencível a quem estendes
Uma âncora-grilheta. Compreendes?
Pouco lhe importa, a ela, quanto digas.
Neste equilíbrio instável sobrevivo
Entre um corpo imprestável e cativo
E um` alma de poema, insatisfeita.
Nesta dicotomia, o meu arquivo,
Amontoo os mil versos que cultivo
No seio dessa amálgama (im)perfeita.
Maria João Brito de Sousa - 29.06.2008 - 13.26h
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Dicotomia - Aguarela e pena 67x47cm
Maria João Brito de Sousa 2002