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Mai08
NO CADERNINHO AZUL...
Maria João Brito de Sousa
Deu-me Deus estas mãos de porcelana
Que em breve irão partir-se e ser-me inúteis...
Não as hei-de gastar em coisas fúteis,
Às mãos que são fugazes como a chama...
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Ponho nas minhas mãos o coração.
Nelas me ponho inteira e me vou dando
E nelas me darei sem saber quando
Deixarão de cumprir essa função...
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São, minhas mãos, meu único instrumento,
A gravação do "eu" sobre o papel
De um caderninho azul que alguém me deu
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E é nesta missão que reeinvento
A minha eternidade e esqueço o fel
Da dor que nestas mãos já se acendeu...
Maria João Brito de Sousa - 12.05.2008 - 13.17h
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À Ki.