DIÁLOGO (A "SOLO"...)
Sobra-me, de mim mesma, um ego e meio,
Mil coisas que volitam por aí
E neste "transbordar" sinto-me, aqui,
Ao comparar-me a vós, "patinho-feio"...
Transposta esta barreira, o que granjeio
É a amizade de quem nunca vi
Neste "prémio" a que, em tempos, concorri;
Desvendar-me em poemas, sem receio...
Sobra-me, em cada abraço, o vosso aplauso,
Se mão que me estendeis é sempre amiga
E se acende a palavra a arder em mim...
Perdão, se alguns incómodos vos causo;
Sois vós quem me alimenta e quem me abriga
E é por vós que, afinal, eu escrevo assim...
Maria João Brito de Sousa - 27.03.2008 - 08.16h
(Na estação dos CTT, aguardando a vez da minha senha...)
NOTA - Sei perfeitamente quão mal pode soar este título. Na realidade, um "diálogo a solo" é um perfeito disparate, deveria ter escrito "Monólogo", mas... foi um disparate muitíssimo propositado e intencional...
Nesta minha viagem reformulativa até aos meus primeiros sonetos, tenho-me apercebido de que parti sempre do princípio que os hipotéticos leitores estariam familiarizados com a total liberdade conceptual que a poesia confere ao poeta, bem como com o facto de nem sempre o narrador coincidir com o sujeito poético.