SONETO DE CODA II
À Dona Elite de Oligarquia & SA
(Em verso eneassilábico)
Das migalhas que ao povo deixava
Dona Elite, pensando melhor,
Entendeu que era muito o que dava
E que ao povo sobrava vigor
Porque, quando a migalha abundava,
Ele podia crescer, ser maior
E atrever-se a sonhar que mandava
Em si próprio, apesar de “inferior”…
Dona Elite, prevendo o pior,
Sem cuidar do que ao povo faltava
Foi comendo o que, a si, lhe sobrava;
Comeu pobre e criado e senhor
E, por fim, sem notar quanto inchava,
Engoliu quanto mundo restava
Até ver que mais nada, em redor,
Preenchia o vazio que gerava
Onde, inútil, rotunda, orbitava
Em função do seu próprio fedor…
Maria João Brito de Sousa – 09.10.2013 – 18.42h
NOTA – Soneto com dupla “coda” ou “estrambote”