PEQUENAS SUBVERSÕES A UM INEVITÁVEL PÔR DO SOL
(Em decassílabo heróico)
Solto esta voz que invade o meu poema,
Que chega não sei de onde e não sei quando,
E entrego-lhe a palavra que, voando,
Despreza a rigidez de forma e tema,
Pois só brota se, livre e sem problema
Na condição de impor-se, ir-se espraiando,
O grito que lançar for conquistando
Batalhas que engendrou contra um sistema.
Depois… fica o poema, vai-se o “mago”
Que, ao mergulhar no mar do que em mim trago,
Promete só voltar quando entender
E resta-me este fundo e calmo lago,
Tão perceptível quanto um vago afago,
Confirmando o que a aurora ousou esconder.
Maria João Brito de Sousa – 15.09.2013 – 20.35h