MEADAS...
(Soneto em decassílabo heróico)
Serás sempre meada, inteira ou não,
Dum fio de vida em breve desfiar
E quer possas, quer não, terás de ousar
Cumprir-te numa tal contradição...
Hoje, amanhã, depois... continuar!
Que o Tempo, sem a tua permissão,
Sem pedir-te licença pr`avançar,
Passou-te à frente e nem pediu perdão...
Mas, venha lá quem venha, a vida é tua!
Se a alma não protesta, o corpo sua
E bem mais sofrerá se não te ergueres,
Se não brandires ao vento, em cada rua,
De braço levantado, a voz que estua
No punho das palavras que trouxeres!
Maria João Brito de Sousa – 16.01.2012 – 02.20h
IMAGEM - A TECEDEIRA DE BARCAS, Maria João Brito de Sousa, 1999