28
Dez12
SONETO SEM DESTINATÁRIO
Maria João Brito de Sousa
(Em verso eneassilábico)
Na aridez de passeios e estradas
Plantei bagas de sonhos maduros
Em prodigalizando, às punhadas,
Mil prenúncios de claros futuros…
Colhi, dessas ardentes jornadas,
Impropérios, por vezes tão duros
Que doíam como as chicotadas
Do furor dos traidor`s mais impuros…
Pudesse eu outra vez percorrer
Quanta estrada corri no passado,
Voltaria a plantar e colher
Mil denúncias e a dor de o saber…
Mas bem sei que teria voltado
Se isso me fosse dado a escolher…
Maria João Brito de Sousa – 01.12.2012 – 17.30h
IMAGEM - Pintura de Álvaro Cunhal