AINDA O MAR...
(Em decassílabo heróico)
Depois do mar, nasceu um mar ainda,
Que, a par desse primeiro, o transcendeu…
E a gaivota a sondar se havia céu
Que soubesse albergar maré tão linda…
Com ela, uma canção, muito bem-vinda,
Num cravo ocasional que alguém lhe deu,
A brotar de um fuzil que floresceu
Pr`a sugerir marés, se o mar se finda…
E… venham lá gaivotas, venham cravos,
Venham punhos erguidos, venham bravos,
Gritar-nos que a maré não foi esquecida!
Em ficando a maré comprometida,
Logo outra irromperá, jamais traída;
Somos filhos de Abril, sem reis nem escravos!
Maria João Brito de Sousa – 14.12.2012 – 21.17h
NOTA – Sendo certo que, no soneto clássico, a disposição dos versos rimados das duas estrofes finais é bem mais flexível do que nas restantes duas estrofes, permiti-me, no entanto, uma certa e talvez excessiva liberdade na rima final deste soneto em particular[CCD-DDC].