02
Dez12
TEMPESTADE(S) - Soneto em verso de nove sílabas métricas dedicado à minha ligação boicotada
Maria João Brito de Sousa
TEMPESTADE
Repensado este estranho argumento
Como a última nau de quem sonha,
Serei sempre implacável… nem tento
Desculpar-me ou mostrar-vos vergonha.
Sou do mar, sou da terra e do vento,
Sou selvagem, por vezes, medonha
Se me engendram de negro ou cinzento
Vergastando a maré mais risonha.
Quantas vezes não fui tempestade,
Força bruta, invencível, cruel,
Flagelando – porém, sem maldade –
Edifícios da vossa cidade,
Vosso rio, vosso mar, vossa pele,
Sem curvar-me ante a vossa vontade?
Maria João Brito de Sousa -02.12.2012 – 14.15h