AOS QUE NUNCA SE CALARÃO - Soneto de nove sílabas métricas
Sobre as terras lançaram, salgando
A semente, a promessa, o legado,
Do que tantos lá foram plantando
No retorno do esforço gerado…
Sobre os mares foi lançado um feitiço,
Um conluio orquestrado e sem cura,
Que tornou impotente e submisso
Quem dele tira alimento e ventura…
Foram expulsos das velhas cidades
Despojadas dos seus habitantes
Os que irão espalhar sonho e saudades
Na procura de abrigo e salários
Noutras terras diferentes, distantes,
Tantos mil produtores, bons operários…
Maria João Brito de Sousa – 19.11.2012 -16.04h
Imagem retirada da internet, referente à emigração da década de sessenta do século passado