19
Set12
A JUSTIFICAÇÃO DE UMA FLOR
Maria João Brito de Sousa
Das pétalas me irrompe uma só pressa;
Estender-me, transparente, intacta e pura,
Entre outras flores que a morte não segura
Antes que a Primavera se despeça…
Não sei se é pertinente, ou vos interessa,
Que fale de quem sou, nesta loucura
Em mim, tornada “eterna enquanto dura”,
Mas que, em murchando, em mim se reconheça.
Interesse, ou não, só nela me defino!
Sou ponte a florescer sobre um destino
Que pode, ou não, ser meu… pouco me importa!
Persigo-me a mim mesma em desatino
E só sei serenar se me imagino
Comemorando a flor, depois de morta.
Maria João Brito de Sousa – 19.09.2012 – 21.03h