19
Jun12
SONETO IMPUBLICÁVEL
Maria João Brito de Sousa
Aperta o cerco, amigo, aperta o cerco
Da segurança pouco solidária
De que dependo sendo solitária,
Em que me ganho, amigo, em que me perco…
Se entendem que um poema é mero esterco
Que lhes perturba orgulho e pituitária,
É porque vão temendo a Pasionária
Que possa erguer-se em mim, quando me acerco…
Antes calar o verso! Antes morrer!
Grita o poema, mesmo antes de o ser,
Empunhando as palavras com que o escrevo...
Antes deixar, meus versos, de vos ver
Do que viver da esmola de escrever
Soneto que não pague o que vos devo…
Maria João Brito de Sousa – 18.06.2012 -22.29h