17
Mar12
O PREÇO II
Maria João Brito de Sousa
Eu pago qualquer preço, a qualquer hora,
Qualquer tempo de vida ou qualquer dor
Se, nestes meus sonetos, puder pôr
Metade do que estou sentindo agora
E se for conseguindo, vida fora,
Escrevê-los cada vez com mais ardor,
Hei-de pagar por eles seja o que for
Sem me queixar dos custos da penhora…
Se um dia fraquejar, se este contrato,
Rigoroso e levado ao preço exacto,
Não for cumprido, como deixo escrito,
Não será por ficar-me mais barato
Um poema qualquer que, sendo ingrato,
Vos possa desmentir quanto foi dito…
Maria João Brito de Sousa – 17.03.2012 – 20.52h