25
Dez11
A DEMISSÃO DA PALAVRA
Maria João Brito de Sousa
Brotaram, de repente, absurdos gritos
Do eixo da palavra atormentada
Onde os sintomas – todos! - são malditos
Prenúncios de revolta estrangulada
E à digestão dos ecos mais aflitos
Por excessos duma ceia inesperada,
Somaram-se, por fim, dois sonhos fritos
À privação geral… mas consolada!
A vocalização desconstruiu-se
Na absurda convergência da partida,
E, pouco a pouco, a chama consumiu-se
No pavio duma rima já sumida
E a palavra ergueu-se e demitiu-se
Da principal função da própria vida…
Maria João Brito de Sousa – 25.12.2011 – 22.55h